Cartaz em Buenos Aires exalta trabalhadores que se ergueram contra a ditadura em 1969

Nestes dias tão singulares, em que a pandemia nos impede de nos reunirmos para celebrar, quero reconhecer o esforço de todos para reconstruir a Argentina. E enviar-lhes todo o meu afeto, neste 1º de maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. Feliz dia!”, manifestou o presidente da Argentina, Alberto Fernández.

Sem eventos presenciais devido às restrições impostas para mitigar o impacto da Covid-19, o presidente em uma mensagem audiovisual gravada no Ministério do Trabalho, considerou que “o 1º de maio é para todos os argentinos um dia muito importante. É o dia em que reconhecemos os trabalhadores. ”

“Os trabalhadores e trabalhadoras na Argentina movimentam diariamente o funcionamento das empresas, das fábricas”, disse Fernández, destacando a tarefa dos “professores e professoras, que ensinam e educam; dos trabalhadores da saúde que neste momento são tão importantes, dos enfermeiros e enfermeiras, terapeutas, médicos, médicas”.

Durante a mensagem, o chefe de Estado afirmou que “o trabalho claramente move as sociedades; e o trabalho, como dizemos habitualmente os que abraçamos o peronismo, dignifica”.

“Agora, mais do que nunca, devemos cuidar-nos. Obrigado a todas e a todos os trabalhadores que continuam seu esforço e sua disposição em prol do cuidado de todos os argentinos!”, concluiu.

Mesmo não acontecendo eventos e reuniões públicas que possam promover aglomerações, na Praça Constitución, local central na Cidade de Buenos Aires, foram expostos murais, exposições de cartazes e fotografias. A atividade, organizada pela Frente Cultural Che Adelita, homenageou “o dia 1º de maio e a luta de todos os trabalhadores que durante muitos anos sacrificaram a liberdade e a vida para que o país superasse ditaduras e governos anti-povo”.

Murais feitos por Ignacio Liang sobre o líder sindical Agustín Tosco e pelos operários do sindicato Luz y Fuerza marchando durante o Cordobazo, revolta popular ocorrida na cidade argentina de Córdoba, em maio de 1969, um dos fatos que meses depois levaram à saída do ditador Juan Carlos Onganía, abrindo caminho para eleições gerais no país, se destacaram.

Também foram exibidas fotos dos líderes operários Raimundo Ongaro, Felipe Vallese, Emilio Jáuregui, Teresa Rodríguez, Irma Laciar, Azucena Villaflor, Héctor Carrica, Juana Rouco Buela e dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti injustamente executados nos Estados Unidos, acusados de um crime que não cometeram.