As declarações do ministro da Economia Paulo Guedes, que chamou os servidores públicos de “parasitas”, continuam provocando revolta na categoria.
Em nota, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), respondeu às afirmações afirmando que “parasita é a sua história, Paulo Guedes”. “Ao comparar Servidores Públicos a parasitas, o verdadeiro “ZeroUm” de Jair Bolsonaro mostra a que veio: vender postos de trabalho público ao setor privado”, diz a Federação.
Na terça-feira, 11, entidades que compõem o Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) realizaram um ato em frente ao Ministério da Economia, em protesto contra as declarações do ministro.
“Privilégio por acaso é o esforço monumental que o servidor é obrigado a fazer para impedir que apaniguados de políticos roubem os cofres públicos, nomeiem parentes e surrupiem o erário? Privilégio, sim, é poder recuperar dinheiro público roubado, como o fazem os Servidores do Judiciário que repatriam essas quantias”.
“Guedes é desonesto ainda ao afirmar que 88% da população é favorável à demissão de servidores, sem esclarecer que essa mesma população foi enganada e adestrada a criticar o salário do servidor e não lutar para que seus próprios salários, sejam equiparados ao do funcionalismo”, continua a nota.
“O hospedeiro está doente sim. Mas a doença vem dos bancos parasitas e do sistema financeiro parasita, que roubam dos cofres públicos e remuneram a você, ministro, para defender os interesses deles no governo”.
A ANPM destaca ainda que “ o ministro demonstrou profundo desrespeito pelos servidores e reforçou o posicionamento que temos assistido nas últimas ações do governo de desmonte do serviço público e enfraquecimento do Estado”.
“Falta a Paulo Guedes a honestidade de assumir publicamente que a ele, ao governo e ao próprio presidente da República, não interessa manter serviço público para atender ao pobre. Falta honestidade de assumir publicamente que o objetivo do governo é exterminar a população pobre. Não erradicar a pobreza”, denuncia a Fenajufe.
A Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) também repudiou a ofenda do ministro: “A declaração mostra que o ministro desconhece o valoroso e qualificado trabalho de defesa jurídica realizado pelos procuradores municipais, que revertem ao patrimônio público vultosas quantias e previnem gastos e desperdícios de recursos públicos. A advocacia pública independente é garantia fundamental de aplicação da Constituição e das leis para todos, inclusive governantes”, diz a ANPM.
A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB-Sindical) disse em nota que “há mais de 100 anos os diplomatas brasileiros têm como maior objetivo construir a imagem; o desenvolvimento do País e sobretudo garantir os direitos e zelar pela integridade física dos cidadãos brasileiros que residem ou visitam o exterior […] três diplomatas que dirigiram por 16 horas sob neve e entraram na cidade confinada de Wuhan, para resgatar 31 cidadãos brasileiros. Esse tipo de dedicação e lealdade ao País em diversas ocasiões, enfrentando, inclusive, riscos de contaminação, são situações comuns vivenciadas pelos representantes do Brasil no exterior”, destacou a porta voz da entidade, Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues.