Famílias e moradores de bairros populares se manifestaram ontem (16) em frente e dentro de supermercados e órgãos públicos em protesto contra a fome, a carestia e o governo Bolsonaro.

As manifestações pacíficas, sob o nome “Natal sem fome”, coordenadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), aconteceram de forma simultânea em pelos menos 9 capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Natal, Porto Alegre e Recife.

Os atos reuniram homens, mulheres e crianças portando faixas com dizeres como “quem tem fome tem pressa”, gritando palavras de ordem e solicitando a doação de cestas básicas.

O objetivo dos protestos é chamar a atenção para a dramática situação vivida pelas famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, que literalmente estão passando fome, e pedir que as empresas e autoridades públicas doem alimentos.

Segundo os organizadores do movimento, muitos clientes que estavam nos estabelecimentos se sensibilizaram e fizeram doações de cestas básicas aos participantes.

Em vários locais a Polícia Militar foi chamada pelas empresas, mas apenas acompanhou os protestos, sem intervir, já que os manifestantes não provocaram nenhum tumulto.

Em Belo Horizonte (MG), o ato no hipermercado Extra no bairro Santa Efigênia reuniu 500 famílias. Em Fortaleza a manifestação aconteceu em frente à Secretaria de Proteção Social do governo do estado. Segundo os organizadores, o estado atendeu à reivindicação dos manifestantes e doou 100 cestas básicas e 100 kits de limpeza.

Em Belém, os manifestantes ocuparam o supermercado O + Barato. Integrantes do MLB afirmaram que clientes do supermercado também se solidarizaram e fizeram doações de cestas básicas, e a unidade do supermercado se comprometeu em avaliar a doação de 150 cestas básicas até a próxima semana, o que aconteceu na maioria dos estabelecimentos em todo o país.