Sanders: “Com Trump, você só estará a salvo se for rico” – foto SOL

A pesquisa realizada pela firma boliviana Cies Mori, no momento em que Arce lança sua campanha presidencial, dá a ele vantagem sobre os demais concorrentes, com 31,6% das intenções de voto e 14% à frente do segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa, um dos líderes da direita na região de Santa Cruz.

Configurada uma vantagem neste nível, o economista vence no primeiro turno, mas sem margem suficiente para evitar um segundo turno (pelas normas eleitorais bolivianas, Arce teria que obter, no mínimo, 40% dos votos e 10% de vantagem sobre o segundo colocado).

A simpatia de uma grande parcela do povo boliviano pelo projeto encabeçado pelo governo de Evo Morales daria também ao partido MAS a possibilidade de configurar uma grande bancada para o parlamento o que pode se contrapor ao desmonte da estrutura com base na implantação de indústrias nacionais e melhoria salarial e de condições de vida dos trabalhadores.

O candidato Arce já vem alertando de que a concepção neoliberal da autoproclamada presidente, Jeanine Añez, está descarrilando o processo que permitia o desenvolvimento nacional, mesmo em um quadro de recessão generalizada no Continente.

Camacho, que liderou as arruaças e o avanço sobre o palácio governamental na deposição de Evo Morales, está em terceiro. A autoproclamada Áñez vem na quarta colocação, mostrando insatisfação com o impacto negativo para o país de sua gestão.

“Vamos fazer do dia 3 de maio o Dia da Vitória, a vitória do povo”, conclamou o candidato Arce, referindo-se à data das eleições presidenciais e parlamentares. Caso haja segundo turno, este se dará no dia 14 de junho.

Arce também afirmou que as maledicências da direita boliviana contra os líderes do MAS “não conseguirão apagar o que o povo construiu com intenso trabalho durante 14 anos”.

O candidato pediu o voto de seus compatriotas uma vez que “somos a única candidatura que tem um plano sério para Bolívia”.

O partido que apresenta a candidatura de Arce também chamou os dissidentes, líderes indígenas e ativistas sociais que, durante o governo de Evo, se colocaram na oposição a se unirem para possibilitar o retorno da democracia e do projeto nacional independente. “Queremos o reencontro com os companheiros que se afastaram”, afirmou o senador pelo MAS, Efraín Chambi.

Chambi destacou os que estão sendo convocados para essa jornada: “o governador de La Paz, Félix Patzi; líderes indígenas como Felipe Quispe; quadros como Damián Condori e Édgar Sánchez e fundadores do MAS, como Román Loayza e Rebeca Delgado, entre outros”.

O senador também destacou que o MAS está na frente nesta campanha “apesar de uma clara perseguição aos líderes do partido com a intenção de nos tornar proscritos”.