Manifestações de repúdio eclodiram por aldeias e cidades árabes em Israel

O número de feridos pela violência policial israelense já se aproxima de mil enquanto os atos ocorrem pelo quarto dia e agora se espraiam pelos bairros vizinhos à Jerusalém Árabe e aldeias e cidades árabes por todo Israel.

Os confrontos entre manifestantes rebelados no bairro de Sheikh Jarrah, cujos moradores são ameaçados de despejo em massa (o caso está em julgamento por um tribunal israelense) prosseguiram nesta segunda-feira (dia 10).

Na cidade de Lod centenas de manifestantes cercaram a prefeitura local. Houve queima de pneus e de cestas de lixo e fogos artifício foram lançados por manifestantes. A rua Bialik, principal via da cidade ficou interditada durante grande parte do dia.

A polícia usou cassetetes, granadas de percussão e spray de pimenta para dispersar os manifestantes. Em Ramle, cidade próxima a Lod, as manifestações do quarto dia tiveram as mesmas características.

Protesto em Isawiyah, vizinha a Jerusalém, também teve a formação de barricadas com pneus e latas de lixo em chamas.

Na cidade de Haifa, principal cidade portuária, ao norte de Israel, a polícia prendeu 15 manifestantes.

Os protestos e confrontos se estenderam por Nazareth, Kafr Kana, Kafr Manda, Shfaram, Majdal Krum, Deir Khana, Umm al-Fahm, Baka al-Garbiyeh, Taibeh e Jaljulya.

Em inúmeros locais houve bloqueios de ruas e estradas. Por todo o norte de Israel, a polícia prendeu 46 manifestantes.

Também houve confrontos diante do portão Damasco, de entrada da Jerusalém murada, a polícia foi recebida com pedras atiradas por palestinos.

A tensão cresceu na segunda feira, quando centenas de israelenses da ultradireita racista judaica entraram na Jerusalém árabe portando centenas de bandeiras de Israel, um recado de que seu desejo é que a judaização, com ameaças de que a expulsão de palestinos prossiga em Jerusalém, a principal cidade palestina.

No domingo (9), em mais uma determinada provocação para acirrar os ânimos em Jerusalém, a polícia de Israel atacou as vizinhanças do interior da mais sagrada das mesquitas palestinas, a Al Aqsa, com granadas de som e de gás lacrimogêneo.

Para jogar lenha na fogueira, Netanyahu – com seu mandato de primeiro-ministro em risco diante da formação de uma proposta congregando um governo de unidade com ele afastado de suas funções – apontou que os despejos, destruição de casas e construção de unidades residenciais para judeus na área de Jerusalém árabe, anexada a Israel, vai prosseguir: “Isso é o que temos feito e isso é o que vamos continuar fazendo”.