A partir desta segunda-feira (6) a Embraer coloca cerca de 16 mil trabalhadores de todas as unidades do país em férias coletivas.
A decisão faz parte de reestruturação interna da empresa no processo de venda de parte da Embraer para a Boeing.
As férias coletivas aumentam o temor de uma demissão em massa após a venda, tanto dos trabalhadores que permanecerão na Embraer quanto daqueles que passarão para a multinacional norte-americana.
Com as férias coletivas, cinco unidades do Vale do Paraíba e unidades em Sorocaba, Gavião Peixoto, Botucatu, Campinas, Belo Horizonte e Florianópolis terão sua produção totalmente paralisadas.
No retorno das férias coletivas, além do receio das demissões, que já vêm ocorrendo – somente no final de dezembro foram dispensados 300 trabalhadores -, outra mudança que preocupa os funcionários é que 2,5 mil empregados da unidade Faria Lima, a maior em São José dos Campos, serão transferidos para um novo endereço da empresa, no distrito de Eugênio de Melo. O local, que atualmente abriga 1,5 mil trabalhadores, vai passar a ter 4 mil.
Os funcionários da empresa já estão em recesso desde o fim de dezembro e devem voltar ao trabalho em 21 de janeiro.
Na negociação, a Boeing ficará com a área de aviação comercial da Embraer, que é considerada o “filet mignon” da fabricante brasileira. O setor é responsável por 70% do faturamento da empresa e por mais de 80% de seus lucros.
O negócio ainda depende da aprovação de órgãos como a Comissão Europeia e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).