Em um ano, cesta básica em SP subiu 27%. Auxílio emergencial caiu 58%
Em 12 meses, o custo da cesta básica do paulistano subiu 27%, aponta uma pesquisa da Fundação Procon-SP, feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O preço médio da cesta básica, com 39 itens, que em março de 2020 era de R$ 798,10, subiu para R$ 1.013,66 em março deste ano. Por outro lado, o auxílio emergencial que foi renovado pelo governo Bolsonaro teve uma queda de 58% entre 2020 e 2021.
Depois de três meses sem receber nada, o governo começou a pagar o novo auxílio emergencial em abril, que foi reduzido de R$ 600 para R$ 250, em média. Ou seja, o valor só paga 25% da cesta básica do paulistano que, segundo a pesquisa divulgada, na terça-feira (13), inclui, além dos preços dos alimentos básicos, os preços de produtos de higiene pessoal e produtos de limpeza, que também são essenciais no dia a dia do brasileiro.
Diante da carestia dos preços dos alimentos e demais produtos do lar, o governo Bolsonaro reduziu o valor do auxílio emergencial. As quatro parcelas do auxílio terão um valor que varia de R$ 150, R$ 250 e R$ 350, dependendo do perfil de cada família. Com isso, o valor pago da ajuda financeira para as famílias com mais de um integrante passou de R$ 600 para R$ 250 – queda de 58,33% na comparação ao valor pago inicialmente no ano passado. Com base neste valor, só é possível pagar 24,6% do custo total da cesta do paulistano.
Para as pessoas que receberão apenas R$ 150 de auxílio, só é possível pagar 14,7% da cesta básica. Estima-se que 43% ou 20 milhões de beneficiários receberão esta miséria. Ao todo, este ano, o programa ficou restrito a apenas 45,6 milhões de pessoas – 22,6 milhões a menos dos que receberam o benefício no ano passado.
Na avaliação por grupo, alimentação foi o que mais pesou no bolso dos paulistanos. O custo médio da alimentação passou de R$ 687,97, em março de 2020, para R$ 889,90 no mês passado – alta de 29,35% neste período. No grupo produtos de limpeza, foi observado um aumento de 13,67% no mesmo período. Já Higiene pessoal, de um ano para o outro foi registrado o aumento de 11,53%.
Entre os produtos alimentares que mais subiram estão: óleo de soja (88,89%), arroz branco 5kg (69,44%), da carne de primeira kg (39,96 %), carne de segunda kg (47,76%,), e cebola kg (29,51 %).
Na passagem de fevereiro para março deste ano, o custo médio da dúzia de ovos subiu para 6,29% – passou de R$ 7,95 para R$ 8,45. A alta foi possível porque as pessoas estão buscando fontes alternativas às carnes de primeira e de segunda, que, em 2021, acumularam altas de 1,23% e 5,82%, respectivamente.
Em dezembro do ano passado, o corte de primeira custava, em média, R$ 39,10 e, em março de 2021, R$ 39,58. O valor médio do corte de segunda, em dezembro de 2020, era R$ 31,45, subindo para R$ 33,28 em março de 2021.