Fila de desempregados no mutirão do emprego, promovido pelo sindicato dos comerciários de São Paulo

Um levantamento anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que a indústria brasileira encolheu em número e volume de empregados nos últimos anos. Os dados comparados entre 2013 e 2019 apontam que o setor perdeu 28,8 mil empresas e mais de 1,4 milhão de postos de trabalho.

A Pesquisa Industrial Anual de 2019 registrou que a indústria brasileira possuía 306,3 mil empresas, empregando aproximadamente 7,6 milhões de trabalhadores. Seis anos antes, eram 334 empresas e 9 milhões de pessoas ocupadas. Isso significa que, nesse período, o número de empresas do setor encolheu 8,5%, com 15,6% das vagas fechadas.

O desmonte se deu, sobretudo, na indústria de transformação – segmento cuja produção é intensiva em valor agregado e tecnologia, além de pagar mais aos empregados e ser responsável por 97,5% dos empregos do setor.

Por atividade, a indústria de couro e calçados foi a que, proporcionalmente, mais perdeu empresas: uma queda de 32% em seis anos. A maior retração no número de empregados veio da fabricação de outros equipamentos de transporte, com redução de 43% no quadro.

A redução da mão de obra refletiu no porte das empresas da indústria de transformação: em 2010, a média de empregados era de 28 pessoas, passando para 25 em 2019. Entre as atividades industriais, as empresas de maior porte em 2019 eram da indústria extrativa, prioritariamente. As de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, tinham cerca de 668 pessoas ocupadas por empresa, seguida pela extração de minerais metálicos, com 374 pessoas.

Salários mais baixos

Em uma comparação da evolução da indústria na década que vai de 2010 a 2019, o levantamento do IBGE mostrou também que a remuneração média paga pela indústria foi reduzida. Em 2010, a média salarial era de 3,4 salários mínimos da época. Em 2019, caiu para 3,1 salários mínimos.