Eleição suplementar no MT: Maria Lúcia do PCdoB disputa vaga ao Senado
Na ocasião, o TSE também determinou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Mato Grosso prepare nova eleição em 90 dias para preencher a vaga.
A ex-reitora comunista já havia disputado a eleição ao Senado em 2018, quando obteve 172.259 votos, resultado considerado expressivo pelo seu partido, que decidiu lançar novamente o seu nome. É o que explicou o presidente estadual do PCdoB, professor Sérgio Negri ao jornal Tribuna de Mato Grosso. “Nós já temos um certo protagonismo social, sindical, nos movimentos de juventude, mulheres, mas queremos aumentar nosso protagonismo institucional e também para tentarmos passar pela cláusula de barreira. Então, nós decidimos lançar novamente a professora Maria Lúcia e ela aceitou prontamente a missão. Nós entendemos que será uma candidatura competitiva e agora vamos iniciar as articulações para montarmos uma boa base de apoio para sua candidatura”, apontou.
Segundo Negri, a candidatura da professora Maria Lúcia também tem o papel de ser uma alternativa progressista e popular para o eleitorado mato-grossense, já que os demais nomes apresentados seriam ligados ao agronegócio e ao grande empresariado.
“Nós entendemos que precisamos ter pelo menos um senador do estado vinculado intrinsecamente ao trabalhador, à questão da educação, da saúde, à juventude, geração de empregos e outras questões. Ela entende que tem um compromisso com essa parcela da população e vamos buscar o diálogo com a sociedade mato-grossense e formar uma frente ampla em defesa da maioria de nossa população”, completou.
Entre os partidos ditos progressistas, ele diz que irá procurar o PT, PDT e PSB prioritariamente, mas também citou partidos como o MDB e PL, além do PTB e Solidariedade.
“Vamos começar a discussão com partidos de esquerda, mas também com outros setores, pois imaginamos sua candidatura como sendo plural e entendemos que o nome da professora Maria Lúcia é um dos melhores para o cargo”, concluiu.
Combater os retrocessos do bolsonarismo
Em entrevista, Maria Lúcia avalia que o candidato de centro-esquerda da eleição suplementar terá nova oportunidade de combater os retrocessos do governo Bolsonaro.
“As vezes se quer o novo, mas não se compreende que o novo é aquele que não governa pelos trabalhadores. O Governo Bolsonaro demonstrou neste primeiro ano de gestão que só governa para o capital”.
Maria diz ainda que espera que muitos professores das universidades públicas que fizeram “escolhas equivocadas”, tendo apoiado Bolsonaro, reflitam sobre a campanha diária feita pelo Governo contra as instituições públicas de ensino superior.
Além da eleição suplementar ao Senado prevista para ser realizada no primeiro semestre de 2020, o PCdoB também avalia a possibilidade de Maria Lúcia ser candidata a prefeita de Cuiabá. “Quando se está em um partido tem que se analisar as perspectivas e possibilidades. Este é um assunto que deverá ser aprofundado em 2020”.
Por meio de nota oficial, o PCdoB-MT garantiu que a educadora voltará para as disputas e concorrerá na eleição suplementar.
Confira a nota na íntegra:
NOTA OFICIAL
Uma educadora no Senado pelo desenvolvimento com democracia e direitos do povo
A Justiça Eleitoral cassou o mandato a senadora Selma Arruda por prática de caixa 2 ainda no período de pré-campanha e anunciou que realizará nova eleição para a vaga no começo de 2020.
A professora Maria Lúcia, ex-reitora da UFMT, obteve 172. 259 votos na disputa ao Senado em 2018, e agora reafirma sua disposição de concorrer novamente, buscando ampliar o diálogo com a sociedade mato-grossense e formar uma frente ampla em defesa da maioria de nossa população.
A base econômica de nosso estado vem das atividades do campo, liderando a produção agropecuária em nosso país, mas é muito importante que entre os três representantes no Senado, Mato Grosso tenha um que represente outras bases da sociedade, para além do agronegócio.
A sociedade mato-grossense necessita de políticas públicas que garantam o acesso à educação, à saúde, à segurança, à moradia, ao transporte, ao saneamento básico, dentre outros serviços, e a professora Maria Lúcia tem compromisso com a melhoria dessas estas áreas. No Congresso também defenderá a democracia, a liberdade de imprensa, o livre desenvolvimento das artes e da cultura, hoje ameaçadas pelas políticas obscurantistas do governo Bolsonaro.
Cresce no Brasil a concentração de renda, e nosso país já voltou ao Mapa da Fome com o aumento da pobreza extrema. O desemprego atinge 12,4 milhões de brasileiros e a precarização do trabalho só aumenta. De acordo com pesquisa do IBGE (Pnad Contínua), o grupo de 1% mais ricos ganha 33,8 vezes a renda média de metade da população. Maior percentagem já apontada na série histórica da pesquisa iniciada em 2012.
Diante desta triste realidade, no Senado, a professora Maria Lúcia também será uma voz firme na defesa do desenvolvimento para o retorno do emprego e renda, atuará para que o Brasil supere a crise econômica sem que, para isso, penalize ainda mais o povo trabalhador.
Com Maria Lúcia no Senado, uma educadora firme e preparada, Mato Grosso só tem a ganhar!
Comitê Estadual do PCdoB — Mato Grosso