Ex-líder do governo Bolsonaro no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (SP) foi escolhida nesta quarta-feira (11) nova líder do PSL na Câmara dos Deputados. Como 14 parlamentares do partido estão suspensos, ela teve apoio da maioria – 22 de 53 deputados. Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi formalmente destituído do cargo. Com isso, o governo perde a capacidade de propor emendas no plenário, pedir verificação de presença e influenciar nas votações.

Eduardo e Joice

Joice era líder do governo no Congresso até dois meses atrás, mas perdeu o cargo para o senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Desde então, passou a adotar uma postura crítica ao governo. Segundo a nova líder do PSL, o momento é “de menos puxada de tapete e de mais trabalho”. Foi uma clara referência à articulação feita por parlamentares do partido alinhados com Jair Bolsonaro, quando atuaram para destituir Delegado Waldir (PSL-GO) e substituí-lo por Eduardo Bolsonaro na liderança do partido na Câmara.

“Vamos fazer política de jeito sério e maduro. O PSL raiz é uma direita racional, não é uma direita xiita, não é uma direita radical. É uma direita que respeita o contraditório e vai fazer política de jeito claro e maduro, absolutamente transparente, porque precisamos fazer andar as pautas que o Brasil precisa”, disse Joice a jornalistas, após reunião com a bancada do PSL na Câmara. “Meu nome foi escolhido pela maioria. O que a gente espera agora é um momento de menos puxada de tapete e de mais trabalho”, acrescentou.

Ela negou que se afastará do cargo de deputada em junho do ano que vem para se dedicar à candidatura à Prefeitura de São Paulo. “Tenho compromisso de estar em todas as sessões até o dia de eleição. Para quem fez, além da liderança do governo no Congresso, uma caravana nacional pela Previdência, vai ser moleza tocar a liderança e fazer a campanha.”

Joice disse ainda que o PSL continuará votando a favor de pautas do governo que, em tese, “beneficiem o País” e destacou que agora a legenda comandada por Luciano Bivar (PE) terá independência em relação às pautas. “Vamos entregar o que prometemos. O partido é liberal na economia, não é racionalista. É conservador nos costumes, não é reacionário. São coisas diferentes”, afirmou.

Ao ser questionada sobre as declarações de Jair Bolsonaro – que chamou os antigos correligionários de “traíras” –, Joice disse que o presidente precisa identificar a quem está se referindo. “Parlamentares deram a vida pela campanha dele, acreditaram nele e lutaram quando ninguém acreditava nele. Nem sigla ele tinha. O PSL abriu portas quando nenhum partido queria Jair Bolsonaro. Não podemos ser chamados de traidores. Seria no mínimo injustiça. O presidente às vezes fala um pouco demais e depois se retrata.”

Com informações do Valor Econômico

Edição: André Cintra