De acordo com as orientações de médicos e especialistas, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou o prolongamento da quarentena, que está em vigor em todo o país desde 20 de março, até o final da semana santa, no dia 13 de abril.

“Decretamos a quarentena e agora prolongamos sua aplicação para que o crescimento do coronavírus seja lento e nos ajude a estar preparados para enfrentá-lo”, afirmou

“Mas não podemos ficar só na quarentena. Geramos créditos gerenciais para as pequenas e médias empresas, lhes garantimos uma folha de pagamento como crédito. Estamos fazendo o necessário para que possamos suportar este momento econômico (…) assim como também vou ser muito duro com aqueles que especularem preços, e com os que demitam gente”, frisou.

Fernández ratificou sua medida de congelamento dos preços dos aluguéis e créditos hipotecários destinados à moradia única e a suspensão dos despejos por falta de pagamento até o próximo 30 de setembro.

O chefe de Estado pediu aos setores vulneráveis do país que cumpram com as medidas e prometeu que não os abandonará em meio da pandemia. “A todos lhes chegarão os recursos e alimentos que sejam necessários enquanto durar a emergência. O Estado vai estar mais presente que nunca”, garantiu.

O governo desde o início da quarentena tomou medidas específicas para a população de baixos ou nulos ingressos, como o chamado ‘apoio econômico’ para as mulheres chefes de família, ao que acrescentou o Ingresso Familiar Extraordinário (IFE), um pagamento de 10 mil pesos (equivalente a 800 reais). Até domingo, cinco milhões e trezentas mil pessoas tinham se inscrito para acessar o IFE. São desempregados, trabalhadores informais parados, trabalhadores e trabalhadoras domésticas.

A assistência alimentar está sendo reforçada. Os refeitórios escolares continuam funcionando, mesmo sem aulas, e há ajuda permanente aos refeitórios populares, que se multiplicaram para aliviar a situação de pobreza de uma parcela muito significativa da população. Alberto Fernández assumiu o governo da Argentina em dezembro passado e durante o governo anterior, de Mauricio Macri, a pobreza se alastrou até afetar 30% da população.

“Não temos que cair no falso dilema de que é a saúde ou a economia. Uma economia que cai sempre se levanta, mas uma vida que se perde não se recupera mais”, disse o presidente argentino, ao anunciar que a extensão da quarentena.

“Aqui ninguém se salva sozinho. Não podemos em semelhante crise desamparar as pessoas deixando-as sem trabalho”, expressou. Porque, esclareceu, as grandes não são empresas que perderão dinheiro, mas as que admitirão ganhar menos que de costume. “Pessoal, lhes chegou a hora de ganhar menos”, disse numa advertência a certos empresários que demitiram nos últimos dias, sendo o caso mais notório o da multinacional Techint que demitiu 1.450 trabalhadores.