Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

A diretoria da Embraer propôs congelar os salários dos trabalhadores, que estão em campanha salarial da empresa. A proposta foi apresentada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que representou a Embraer e outras cinco empresas do setor aeronáutico (Latecoere, em Jacareí, e Sonaca, Pesola, Alestis e Aernnova, em São José dos Campos), na quarta-feira (11).
Ao todo, essas empresas possuem 14.500 trabalhadores.
A proposta, que prevê nenhum reajuste salarial, nem mesmo a reposição da inflação, prevê o pagamento de um abono de R$ 2.500 para os trabalhadores da Embraer e R$ 1.000 para as outras empresas do setor.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, além do congelamento salarial, o grupo patronal quer ainda acabar com o direito à estabilidade no emprego para lesionados presentes na “Convenção Coletiva da categoria metalúrgica desde a década de 1970. A Fiesp também propôs a liberação da terceirização irrestrita nas fábricas” denuncia o Sindicato em nota.
“Todas as propostas foram rejeitadas na mesa de negociação pelo Sindicato, que já vem realizando assembleias nas fábricas do setor aeronáutico”, ressalta a entidade.

No ano passado, a Embraer aplicou apenas a inflação sobre os salários e não assinou a Convenção Coletiva.
Para buscar combater a tentativa de retirada de direitos, esta semana, o Sindicato organizou duas assembleias da categoria na Embraer da Av. Faria Lima, em São Paulo, na terça-feira (10) e na unidade de Eugênio de Melo, na quarta-feira (11), conclamando os trabalhadores a se organizarem em defesa do aumento salarial e de direitos.
“Esta proposta é uma afronta à nossa categoria. A Embraer já está seguindo a cartilha da Boeing, que pratica a precarização do trabalho em todas as suas plantas. O Sindicato não vai aceitar a retirada de direitos. Vamos organizar os trabalhadores e pressionar os empresários”, afirma o diretor do Sindicato André Luís Gonçalves (Alemão).