Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

Pagar as contas e colocar a comida na mesa está cada vez mais difícil. O açúcar, o café em pó, o quilo de tomate aumentaram em 15 de 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) no mês de julho. O leite integral aumentou em 14 capitais.

Em julho, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 15 cidades e diminuiu em duas, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese.

Custando, em média, não menos do que R$ 600, as famílias brasileiras precisam comprometer mais de 50% do valor de um salário mínimo, atuais R$ 1.100, para ter acesso à cesta de produtos básicos para alimentação em um mês. As cestas mais caras foram identificadas em Porto Alegre, onde chegou a R$ 656,92; Florianópolis, R$ 654,43; e São Paulo, onde o conjunto de produtos básicos alcança R$ 640,51. Já na comparação sobre a variação de preços, as regiões que tiveram o maior aumento percentual de um mês para o outro, foram: Fortaleza (+3,92%), Campo Grande (+3,89%), Aracaju (+3,71%), Belo Horizonte (+3,29%) e Salvador (+3,27%).

Em algumas capitais, o Dieese identificou aumento de mais de um terço nos preços do conjunto de alimentos em julho na comparação com o ano passado. Esse é o caso de Brasília, onde a cesta básica aumentou quase 30% – chegando a custar este ano R$ 582,35. A pesquisa identificou que os itens que mais tiveram aumento ante junho foram o açúcar refinado (+7%), a manteiga (+2,87%) e o leite (+2,46%).

O Dieese aponta que o trabalhador precisa comprometer 55,68% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.. Em junho, o percentual foi de 54,79%. Para efeitos comparativos, a pesquisa mostra que o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas – duas adultas e duas crianças – em julho teria sido de R$ 5.518, o suficiente para com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. A base do cálculo é a cesta mais cara que, em julho, foi a de Porto Alegre.

Em meio ao aumento da pobreza, desemprego e crescimento desenfreado da inflação, Jair Bolsonaro continua fazendo demagogia com o Bolsa Família.

Após afirmar que o benefício, que atualmente gira em torno de R$ 192, cresceria 100%, voltou atrás dizendo que o reajuste será “em torno de 50%”.

Na segunda-feira, Bolsonaro entregou à Câmara dos Deputados a medida provisória do novo Bolsa Família, chamado Auxílio Brasil. Contudo, sem definição de valor. Mas, com certeza, um valor muito aquém do necessário para comprar uma cesta básica e ainda pagar a conta de luz, que está no patamar vermelho nível 2, o botijão de gás de cozinha, o aluguel que disparou, entre tantos outros gastos também de primeira necessidade.