O boletim de negociações coletivas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta sexta-feira (27), mostra que 92% das categorias com data-base em abril não tiveram aumento real em seus salários. No mês, 46% ficaram abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), outros 46% conseguiram repor inflação do período, e apenas 8% tiveram algum ganho real.

O estudo destaca que as reposições salariais não conseguem acompanhar o aumento do custo de vida e, com isso, “os reajustes abaixo do INPC-IBGE de abril foram, em média, equivalentes a apenas 83% do valor necessário para a recomposição plena dos salários”.

De acordo com a pesquisa, em todas as últimas 15 datas-bases, a variação real dos reajustes foi negativa, especialmente em julho de 2021 (-1,94%). Para o mês de maio, “em função do aumento dos preços da ordem de 1,04% em abril, o valor do reajuste necessário para as negociações com data-base em maio será de 12,47%, segundo o INPC-IBGE”, diz o estudo.

O boletim mostra, ainda, que 40,8% dos acordos salariais entre janeiro e abril não repuseram a inflação do ano. Os acordos que conseguiram repor a inflação representam 31,6% do total e os resultados acima do índice inflacionário equivalem a 27,6%. Assim, entre janeiro e abril deste ano, 72,4% dos acordos do período não conseguiram ganhos reais.

O valor médio dos pisos salariais até abril é de R$ 1.414,77, sendo que o maior valor médio pertence ao comércio (R$ 1.481,54), e o menor, à indústria (R$ 1.380,19). Já o de serviços ficou em R$ 1.418.