Em briga de marido e mulher, a gente salva a mulher. A frase ganhou as redes sociais neste início de semana, após divulgação de vídeos gravados por câmera de segurança interna, que mostram mais um caso de violência doméstica. Desta vez, as agressões envolvem Iverson de Souza Araújo, conhecido como DJ Ivis, e a mãe de sua filha. Nas imagens, ele aparece agredindo Pamella Gomes Holanda na frente da criança e de outras duas pessoas.

O caso reacendeu o debate sobre a violência doméstica e contra a mulher. De acordo com levantamento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, houve 105.821 denúncias de violência contra a mulher no ano passado. O estudo revela que os episódios de violência doméstica ocuparam lugar de destaque no total de casos registrados. O Brasil ocupa ainda o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Apesar disso, desde a posse de Jair Bolsonaro, programas e ações voltados para mulheres sofrem com falta de investimentos. “O Brasil é o quinto país no ranking mundial de feminicídio. Em março de 2021, o governo Bolsonaro não aderiu a uma declaração feita na ONU, assinada por mais de 60 países, para assumir compromissos em defesa da vida das mulheres”, pontuou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA).

Pelas redes sociais, a parlamentar ainda se solidarizou com Pamella e reforçou que lutar pela vida das mulheres é urgente. “O vídeo de um Dj famoso batendo em sua mulher está circulando pela internet. A cena é brutal e atinge todas nós. Pamella foi agredida dentro de casa, na frente de seu bebê e na frente de outras pessoas. Precisamos agir. Denunciar e combater o machismo é mais que urgente. Chega! Lutar pela vida das mulheres é urgente! Nenhuma a menos!”, afirmou Alice.

Relatora da Lei Maria da Penha na Câmara, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) se manifestou sobre o caso. “Uma vida livre de violência é um direito das mulheres. Deveria ser óbvio, mas é preciso sempre repetir. Toda solidariedade à Pamella, vítima de agressões cruéis e covardes por parte de seu ex-marido. Que ela encontre a proteção da Lei Maria da Penha e o acolhimento que necessita”, afirmou.

O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) também repudiou as agressões e o aumento da popularidade do DJ, após divulgação das agressões. Mais de 250 mil pessoas passaram a seguir Ivis no Instagram depois da divulgação do vídeo com a agressão. “É inacreditável que o machismo, um dos piores problemas da sociedade, seja aplaudido. Um agressor que ganha seguidores depois de ter seu crime divulgado, é a prova de que ainda precisamos lutar muito”, disse.

As imagens foram divulgadas na internet por Pamella no domingo (11). Nesta segunda (12), ela usou suas redes para afirmar que está segura e que “não existe fama, status, dinheiro, posição social, contato ou influência” que permitam que Ivis fique impune.

“Eu me calei por muito tempo! Eu sofria com minha filha, sem apoio até dos que diziam estar ali pra ajudar, que eram coniventes e presenciavam tudo calados sem interferir com a desculpa que eu tinha que aguentar calada porque era o ‘jeito dele’, era esse o ‘temperamento dele’ e que se eu quisesse viver com ele, teria que me sujeitar e ser submissa. Não se calem!!! Não se calem jamais!!! Eu não vou me calar!”, escreveu Pamella no Instagram.

 

Por Christiane Peres

 

(PL)