“Apesar da vacina… Apesar não, né? A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. (…) Então, está liberada a aplicação no Brasil. A vacina é do Brasil. Não é de nenhum governador, não. É do Brasil.” A controversa declaração de Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (18), após aprovação do uso emergencial da Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) gerou crítica de deputados do PCdoB.

“’Apesar da vacina’ diz Bolsonaro. O inconsciente dele o entrega. Antes Bolsonaro falava: “A vacina chinesa do João Doria”. Agora ele diz: “A vacina é do Brasil, não é de nenhum governador, não”. Oportunismo e canalhice. #mentiroso”, declarou a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC).

A fala marca mais um capítulo da disputa entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, que iniciou a vacinação contra a Covid-19 no domingo (17), logo após anúncio da Anvisa, sem esperar a distribuição do Ministério da Saúde. A hashtag #apesardavacina ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter no início da tarde desta segunda-feira.

No vídeo que circula na internet com a declaração, Bolsonaro aparece com o semblante mais abatido, o que também não passou despercebido. Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro aparece com “a derrota estampada no rosto”.

“A derrota de Bolsonaro na “questão” da vacina foi tão acachapante que está estampada no semblante, não dá para esconder. É a prostração de quem vagou como alma penada de noite, remoendo a humilhação e a própria pequenez. Esse fantasma irá te assombrar por muito tempo”, afirmou Orlando.

O parlamentar lembrou ainda a omissão do governo federal para conter o avanço da pandemia no Brasil. “Após silêncio constrangedor sobre a vacina, Bolsonaro apareceu com a derrota estampada no rosto para dizer que a “vacina é do Brasil”. Esqueceu-se de dizer que temos vacina apesar do governo federal, que, sob seu comando, sabotou todas as iniciativas de combate à pandemia”, destacou.

Após pressão dos governadores, nesta segunda, o Brasil deve dar início oficial à vacinação dos grupos prioritários contra a Covid-19. Ao todo, são seis milhões de doses, sendo que 1,4 milhão ficaram em SP; e 4,6 milhões estão sendo distribuídas aos outros estados e ao Distrito Federal.