Para parlamentares do PCdoB cobraram neste dia 5 de abril, Dia Mundial do Meio Ambiente, a demissão do ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles. Em um dos trechos mais chocantes da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada pela Justiça, Salles afirma que era hora de “passar a boiada”, desregulamentando o setor que deveria proteger, enquanto a imprensa e os brasileiros estão de olho no avanço da pandemia de coronavírus.

Deputados do PCdoB, PT, PSol, PDT, PSB e Rede protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Salles no início desta semana. As legendas pedem que o ministro seja investigado e afastado do cargo por ter cometido crime de responsabilidade e improbidade durante sua gestão à frente da Pasta. Caberá à PGR decidir se dará prosseguimento à representação.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Salles “está a serviço da destruição de nossas florestas, ecossistema e fauna” e deve sair da Pasta.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também defende a saída do ministro. “Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, vamos erguer a voz contra esse governo que quer destruir o Brasil. Essa boiada não vai passar, ministro! Resistiremos!”, afirmou.

Já o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) lamentou que “enquanto enfrentamos uma crise no país, o governo se aproveita para promover as políticas de destruição do meio ambiente, totalmente contra o desenvolvimento sustentável e a favor do lucro inconsequente”.

Problemas ambientais e econômicos

Infelizmente, o Brasil não tem o que comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que mesmo em meio a uma grave crise sanitária, o desmatamento na Amazônia continua crescendo: em abril, o aumento foi de 63,75% em comparação ao mesmo mês de 2019, e a época das queimadas ainda nem começou.

Além disso, a famigerada fala de Salles além de expor o real intuito do ministro à frente da Pasta, reforça a imagem negativa do país no exterior. Isto inviabiliza, inclusive, os planos do governo de ampliar negócios com o resto do mundo.

Nos últimos dois dias, Holanda e EUA deram sinais de que não estão dispostos a fechar acordos com o país, por discordarem de decisões do governo. No caso da Holanda, parlamentares se posicionaram contra o acordo entre União Europeia e  Mercosul por causa da atuação do governo brasileiro na área ambiental.

O Parlamento austríaco já havia pedido ao seu governo que se opusesse à assinatura do acordo, principalmente devido às dúvidas geradas pelos compromissos do Brasil com o meio ambiente. Outros países, como Bélgica, França, Irlanda e Luxemburgo, também expressaram reservas sobre o pacto, assinado em junho de 2019.