Marcelo Freixo e Claudio Castro disputam eleição no Rio de Janeiro

O governador foi bastante questionado pelos adversários sobre os escândalos envolvendo o Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Público do Rio). Funcionários contratados por meio de cargos secretos pela Fundação Ceperj sacaram R$ 226,4 milhões em dinheiro no Banco Bradesco neste ano.

Uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro que denuncia uma “folha de pagamento secreta” e a Justiça concedeu liminar proibindo o governo de fazer novos pagamentos e contratações até que o esquema seja apurado. Em seguida a determinação da Justiça, Castro demitiu o presidente da Fundação Ceperj.

No debate, Castro criticou o trabalho de Freixo enquanto deputado federal e pediu aos seus apoiadores que buscassem saber quais emendas o parlamentar enviou para o estado.

“Entre no meu Instagram e veja as emendas do Freixo. Ele não está nem aí para você”, alfinetou Castro. Na sequência, o deputado teve a oportunidade para responder e decidiu provocar o chefe do executivo estadual.

“Já que você está pedindo para as pessoas consultarem a internet, eu vou pedir também. Entre lá no Google e bota assim: Ceperj fantasma. Vamos ver quem é Cláudio Castro, o homem que conversa com fantasma”, rebateu.

Castro pareceu tentar se descolar da imagem de Bolsonaro, e disse que seu governo é calcado no “diálogo”.

“Você diz que seu governo é de diálogo. Quero saber se o senhor conversa com fantasmas. O dinheiro que foi gasto nesse crime dos fantasmas do Ceperj, R$ 226 mi, pagaria 8.500 professores em um ano”, perguntou Freixo, em referência às denúncias e investigações envolvendo a fundação responsável pela contratação de servidores no estado.

“Não existe fantasma algum, a pessoa tem que ir ao banco receber. Todas as pessoas tiveram que dar nome e CPF para receber no banco”, respondeu Castro.

Segurança

Freixo fez duras críticas à política de segurança de Castro. Em seu governo, o estado do Rio de Janeiro registrou três das quatro chacinas mais letais da história.

“Um lugar seguro é um lugar onde direitos são garantidos. Quero disputar a vida de cada menino e cada menina das favelas e das periferias. O sucesso da minha política de segurança será medido nas vidas que vamos salvar, e não nas mortes que vamos provocar”, afirmou Freixo.

“Eu amanhã de manhã volto para o trabalho de cuidar da sua vida. Você tá vendo segurança pública, você tá vendo polícia na rua”, disse Castro em suas considerações finais.

O debate da TV Bandeirantes teve foco em questões locais e pouca menção à disputa nacional polarizada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Castro tentou ao máximo ocultar Bolsonaro. Foram os outros candidatos que lembraram de sua relação com o presidente. Já Freixo, em diversos momentos do debate, desde as considerações iniciais às finais, lembrou de sua aliança com o ex-presidente e candidato Lula. Destacou também a parceria com Cesar Maia, ex-prefeito da cidade do Rio e candidato a vice-governador na chapa.

Além da gestão e transparência com recursos públicos, os temas mais discutidos foram a crise econômica, assistência social, fome e criação de empregos, além de saúde e segurança pública.

Além de Freixo e Castro, o debate contou com Rodrigo Neves, candidato do PDT, e Paulo Ganime, postulante ao cargo pelo partido Novo. O encontro foi mediado pela jornalista Thaís Dias. A emissora convidou os representantes das chapas que contam com pelo menos cinco cadeiras no Congresso Nacional. Os demais candidatos, entre eles o ex-governador Wilson Witzel, foram chamados para entrevistas exclusivas que serão realizadas nas próximas semanas.