O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e um dos principais conselheiros de Jair Bolsonaro, deu aval a pelo menos sete projetos de garimpo de ouro em áreas intocadas da Amazônia, gesto inédito do Conselho de Defesa Nacional nos últimos dez anos. Heleno é secretário-executivo do órgão que aconselha Bolsonaro em assuntos de soberania e defesa.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), a notícia veiculada pela Folha de S.Paulo é grave e demonstra a falta de compromisso do governo com a preservação do meio ambiente.

“Grave! No momento em que o mundo debate com afinco sobre as questões ambientais, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência segue a linha do ecocídio”, criticou.

Segundo reportagem desta segunda-feira (6) da Folha de S.Paulo, as áreas de mineração ficam na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), em uma região preservada da floresta, na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela. A região, conhecida como Cabeça do Cachorro, é uma das áreas mais preservadas da Amazônia, abriga 23 etnias indígenas, e é uma das últimas fronteiras sem atividades que resultam em desmatamento elevado.

Heleno concedeu 81 autorizações de mineração na Amazônia desde 2019, entre permissões de pesquisa e de lavra de minérios. A maior quantidade foi em 2021: 45, conforme atos publicados até o último dia 2, sendo esta a maior quantidade num ano desde 2013.

O aval de Heleno autoriza o garimpo em uma área de 587 mil hectares, quase quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Apenas os sete projetos na região de São Gabriel da Cachoeira englobam 12,7 mil hectares.

 

Da redação

 

(PL)