CUT-Chile: ‘governo e empresas ‘escondem ônibus em boicote a voto
A Central Unitária dos Trabalhadores do Chile (CUT) está denunciando o boicote da ministra de Transporte, Gloria Hutt, e das empresas de ônibus em disponibilizar somente a metade da frota para a participação do eleitorado nas votações deste domingo (19).
O objetivo é claro, afirma a CUT, prejudicar a eleição do candidato oposicionista Gabriel Boric, que reúne uma frente ampla de partidos pela democracia e a soberania, em contraposição a José Antonio Kast, da ultradireita.
“Chamamos o governo a tomar as medidas para que seja acelerado o comparecimento da classe trabalhadora às urnas”, assinalou a presidente da CUT, Silvia Silva.
De acordo com a entidade, a região metropolitana da capital. Santiago, define a eleição por concentrar seis dos 17 milhões de habitantes do país, e a participação das regiões mais pobres – e oposicionistas – acaba se vendo bastante comprometida.
Com os pátios entupidos de ônibus, nas ruas de Santiago os eleitores lutam para conseguir alcançar as urnas (UNO)
Conforme a central, os bairros populares maiores são os que mais necessitam de transporte, como Maipú e Puente Alto, e se encontram com as suas frotas afetadas pelo locaute. O problema vem se repetindo em outras regiões do Sul do Chile, como a da Araucania, Lagos e Bio-Bio, pnde o voto por Boric é amplamente majoritário.
Desde Maipú, o prefeito Tomás Vodanovic declarou que “estão chegando muitas reclamações pela falta de ônibus e estamos vendo muitas pessoas esperando nas paradas”, solicitando as autoridades do ministério que corrijam a situação.
A chefe de campanha de Boric e ex-presidenta do Colégio dos Médicos do CHile, Izkia Siches, cobrou do governo que “garanta o transporte dos votantes”. “Nos informaram que está havendo limitações em inúmeros lugares da Região Metropolitana para poder chegar aos centros de votação. O registro de monitoramento do transporte público é a metade de um dia normal”, protestou.
A ministra de Transporte do governo de Sebastián Piñera, Gloria Hutt, reconheceu que “efetivamente há demoras” na oferta de ônibus, mas atribuiu o fato a “desvios devido a bloqueios de estradas e congestionamento”. Diante da enxurrada de denúncias que inundam as redes sociais – e que acabaram tendo repercussão na imprensa internacional – Hutt disse “estar esforçada para que isso seja aliviado o mais rapidamente possível”.