Em janeiro, o preço da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. A cesta mais cara foi encontrada em São Paulo, R$ 713,86, uma alta de 3,38%, na comparação com dezembro de 2021. Em 12 meses, o percentual de aumento foi de 9,13%. O menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 507,82), João Pessoa (R$ 538,65) e Salvador (R$ 540,01).

O valor médio de R$ 407,54 do Auxílio Brasil (programa que substituiu o extinto Bolsa Família) não paga o custo da cesta básica em nenhuma das 17 capitais analisadas pelo DIEESE. Veja abaixo:

 

 

Entre os produtos da cesta básica que mais subiram na passagem de dezembro para janeiro, destacam-se:

  • O quilo do café em pó, cujo preço médio subiu em todas as capitais analisadas – maiores altas em São Paulo (17,91%), Aracaju (12,95%) e Recife (12,77%);
  • O quilo do açúcar subiu em 15 capitais – altas oscilaram entre 0,22%, no Rio de Janeiro, e 4,66%, em Brasília;
  • O Óleo de soja registrou aumento em 15 capitais – sendo que as maiores variações ocorreram em Belém (5,99%), Brasília (4,69%) e Campo Grande (3,31%).
  • A Batata, pesquisada na região Centro-Sul, teve o preço elevado em nove das 10 cidades. Os aumentos ocorreram em Belo Horizonte (42,12%), Rio de Janeiro (31,74%) e Goiânia (20,30%).

Cesta básica compromete mais da metade do salário mínimo

De acordo com o Dieese, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo. Em 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o
percentual foi de 58,91%, em dezembro, e de 54,93%, em janeiro.

O Dieese apontou ainda que, com base na cesta básica mais cara, o salário mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 5.997,14, ou, 4,95 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.212,00.