Cuba envia equipe médica ao Haiti para atender feridos no terremoto
Após uma noite de réplicas do terremoto acontecido no sábado último no sudoeste do Haiti, na segunda-feira (16) os moradores e equipes de resgate tentavam encontrar sobreviventes sob os escombros antes que chegasse uma tempestade tropical prevista para o início desta semana.
Cuba, que tem se destacado pela solidariedade que presta ao Haiti, está com mais de 250 médicos que viajaram para tratar os feridos e adaptar um hospital em Porto Príncipe até agora usado para pacientes Covid-19.
O coordenador desse contingente, Dr. Luis Orlando Olivero Serrano, disse à imprensa que os médicos e enfermeiras estão “trabalhando nos hospitais mais afetados, atendendo as pessoas que chegam aos centros”.
Miguel Díaz-Canel, presidente da República de Cuba, expressou sua solidariedade ao povo haitiano e afirmou que o país irmão sempre pode contar com Cuba. “Solidariedade eterna para com o nobre povo haitiano. Nestes tempos difíceis, como em outros por muitos anos, nossa equipe de saúde está salvando vidas lá. Os colaboradores cubanos estão indo bem e ajudando na medida do possível. Conte #Haiti sempre com #Cuba!”, expressou no twitter.
“O número de mortos no terremoto subiu para 1.297”, anunciou a Agência de Proteção Civil, que também atualizou o número de feridos para mais de 5.700.
O terremoto destruiu centenas de casas e edifícios em um país que ainda não se recuperou do terremoto de 11 anos atrás, que deixou 200.000 mortos e 300.000 feridos, em um momento de forte crise política.
O desastre atingiu a parte sudoeste da nação mais pobre do continente, praticamente destruindo algumas cidades e causando avalanches que afetaram os esforços de resgate em duas das comunidades mais afetadas, especialmente na região da cidade de Les Cayes e seus arredores.
O desafio que o país enfrenta foi agravado pela pandemia, dificuldades econômicas agravadas pela violência de gangues e pela crise política que a nação vive após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 7 de julho.
Uma remessa com 15,4 toneladas de ajuda humanitária composta de alimentos, medicamentos e água também chegou do México nesta segunda-feira (16) ao país caribenho.
Além de ter atingido uma das nações mais pobres do mundo — e, portanto, uma das menos preparadas para enfrentar eventos dessa natureza, o terremoto ocorreu em uma região onde se localiza uma complexa rede de placas tectônicas e falhas geológicas. Como em outras áreas onde as placas tectônicas são contíguas, nos limites da chamada placa do Caribe há uma atividade sísmica significativa. E foi o súbito deslizamento de uma delas, a falha de Enriquillo-Plantain Garden, que levou ao desastre.
Embora cientificamente o Haiti seja um foco de desastres naturais, a devastação é ampliada por sua infraestrutura precária. Os prédios não foram feitos para aguentar os sismos. Muitas estruturas usam materiais de baixa qualidade, incluindo o concreto necessário para criar paredes e telhados pesados que resistam aos ventos de furacão não é reforçado e se desintegra facilmente quando o solo balança sob ele.
O governo do Haiti declarou estado de emergência por um mês após o desastre.