Cuba prevê início de uso emergencial da vacina Soberana 2 em junho

Cuba e Argentina assinaram um acordo que possibilitará a aceleração da produção das vacinas cubanas contra a Covid-19. O acordo, subscrito pelos ministros da Saúde da Argentina, Dra. Carla Vizzotti, e de Cuba, José Ángel Portal, estabelece “a vontade de colaborar com as vacinas desenvolvidas na Ilha contra a Covid-19, na imunização da população de Cuba e da Argentina, assim como dos países da América Latina e do Caribe”, assinalou o jornal cubano Granma no sábado, 29.

A televisão oficial da Ilha noticiou que Vizzotti e Cecilia Nicolini, assessora do presidente argentino Alberto Fernández, foram recebidas neste sábado no Palácio da Revolução pelo presidente Miguel Díaz-Canel, com quem trataram sobre “o avanço das vacinas cubanas contra o coronavírus”.

A visita debateu “as possibilidades de colaboração entre Argentina e Cuba, para acelerar os processos, favorecer a escalada da produção e do acesso tanto para os cubanos, como para os argentinos e os de toda a região”, declarou a ministra.

O presidente Fernández manifestou em meados deste mês sua disposição de colaborar com Cuba no desenvolvimento de suas vacinas contra a Covid-19, informou o jornal argentino Página 12.

Cuba conta com cinco candidatas a vacinas desenvolvidas por cientistas nacionais. Duas delas, Soberana 2 e Abdala, esperam autorização para uso emergencial ou condicional, pelas autoridades sanitárias do país, prevista para junho.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, saudou a visita da delegação argentina: “Ter os irmãos em casa é sempre uma boa notícia. As vacinas candidatas de Cuba também foram concebidas pensando neles”.

O governo cubano denunciou na sexta-feira que o endurecimento do embargo dos Estados Unidos, em vigor desde 1962, impossibilitou a fabricação de doses suficientes de vacinas e de materiais para seu envase, retardando a campanha de imunização.

Apesar disso, a Ilha continua mantendo uma situação melhor que seus vizinhos, com 140 mil 87 casos positivos e 943 mortes desde março do ano passado, para uma população de 11,2 milhões.