O número de mortes por Covid-19 em 2021 já supera todo o registrado ao longo de 2020 no Brasil. De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país registrou 1.305 óbitos pela doença nas últimas 24 horas e com isso, o ano já soma 195.848 mortes provocadas pelo vírus, enquanto o último ano contou com o total de 194.949 vítimas.

Os dados revelam ainda que a média diária de mortes representa o dobro do ano passado. Em 2020, considerados apenas os 290 dias desde o registro do primeiro óbito e o último dia do ano, morreram, em média, 672,2 pessoas por dia com a doença no país. Em 2021, são 1.703 pessoas morrendo por dia.

Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia são os que têm os índices mais altos de infectados e de mortes causadas pela doença, até o momento.

Mesmo antes de terminar, o mês de abril contabiliza mais mortes por Covid-19 do que qualquer outro mês desde o início da pandemia; Até o dia 25 foram 69.282 vítimas. Até então, março era o mês mais letal, com 66.573 mortes.

Em 2021, a pandemia no Brasil é marcada pelo aumento de jovens em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), bem como no número de mortes. Nos primeiros dias de abril, “a faixa etária de 20 a 29 anos foi a que registrou o maior aumento no número de óbitos por covid-19 (1.018%)”, informou a Fiocruz, na sexta-feira. No caso das infecções, o maior aumento ocorreu entre as pessoas de 40 a 49 anos (1.173%).

Embora a vacinação avance entre os grupos prioritário, os passos são lentos e o governo federal continua alterando as metas de imunização devido à demora nas negociações com os laboratórios para aquisição de doses.

Até o momento, o Ministério da Saúde planeja imunizar os grupos prioritários (77 milhões de pessoas) até setembro. O Brasil, com 212 milhões de habitantes, aplicou as duas doses em apenas 5,8% da população (12,4 milhões de pessoas).

Além da falta de vacinas, governadores e prefeitos reclamam da falta de suprimentos médicos, como sedativos, necessários para a intubação dos pacientes, cuja distribuição é de responsabilidade do governo federal.

Diante do quadro dramático do país, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, a partir de uma ação da Rede Sustentabilidade, que o Senado investigue se o governo Jair Bolsonaro cometeu omissões na coordenação e gerenciamento da crise sanitária.

Durante toda o período de pandemia, Bolsonaro sempre minimizou o vírus e chegou a chamar a covid-19 de “gripezinha”. Também promove aglomerações e incentiva o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como cloroquina e ivermectina.

Bolsonaro também questionou as vacinas e atacou governadores e prefeitos por defenderem a suspensão de atividades não essenciais para diminuir a transmissão do vírus.

Nesta sexta-feira, o presidente ameaçou mandar o Exército às ruas caso as medidas de restrição à mobilidade fossem mantidas.