Presidente Fernández. Argentina está entre os países com melhor combate à pandemia | Foto: Presidência da Argentina

“Em comum acordo com os governadores, tomamos a decisão de prorrogar as medidas de cuidado, isolamento sanitário e distanciamento social até o próximo 20 de setembro”, anunciou o presidente da Argentina, Alberto Fernández, na sexta-feira (28). As medidas estavam valendo no país até 30 de agosto.

Entre as medidas tomadas pelo governo, além do distanciamento social – com um certo alívio das medidas de quarentena -, são testagem intensiva, com disseminação de postos para que os sintomáticos possam realizar testes, e isolamento das regiões mais atingidas pela disseminação do vírus. Também intensifica-se o rastreio e isolamento dos infectados. Os familiares e pessoas próximas são imediatamente testados. Testes a domicílio também são realizados frequentimente. Os profissionais da Saúde são testados a cada semana.

Como assinalou Fernández, a quantidade de falecidos por milhão de habitantes “continua sendo aqui comparativamente menor que a de outros países porque, graças ao esforço que fizemos como sociedade, até agora o sistema de saúde não tem se saturado, porque houve um aumento de camas de terapia intensiva com respirador, a construção de hospitais modulares e o compromisso incessante dos trabalhadores da saúde”. Porém, acrescentou: “Se a gente relaxar e nos descuidarmos não há sistema de saúde que aguente”.

“Não naturalizemos os contágios, que são muitos, e muito menos as mortes”, pediu o presidente, explicando a política ativa do governo apesar das quantidades de afetados pela pandemia no país vizinho serem qualitativamente menores que no Brasil. Na Argentina, o número de casos registrados pela Universidade Johns Hopkins (EUA), no sábado, 29, eram 392.009, pouco mais de 10% dos 3.384.803 apontados aqui. As mortes no país de 44 milhões de habitantes estavam em 8.305, enquanto no Brasil chegaram a 119.504.

Há um mês e meio, 93% dos casos se concentravam na cidade de Buenos Aires e nos 40 municípios adjacentes, na área conhecida como Área Metropolitana de Buenos Aires (AMBA). “Agora, nas províncias esta porcentagem se multiplicou por cinco e hoje representa 37% do total dos casos”, advertiu o presidente. “O problema está em todo o país”, observou.

As regiões mais afetadas são Jujuy (norte) e Mendoza (centro oeste), além de Córdoba (centro) e Santa Fé (centro leste).

Na AMBA, onde as restrições foram mais severas desde o início da quarentena em 20 de março, “parece haver alguns dados encorajadores”, disse.

Em todo o país serão autorizados encontros de até 10 pessoas ao ar livre, sempre que as pessoas utilizem máscaras e mantenham a distância de dois metros.

O presidente Alberto Fernández, que em 10 de dezembro, junto com Cristina Kirchner na vice-presidência, assumiu o governo do país destroçado pela política neoliberal de seu antecessor Maurício Macri, desde o início da pandemia tomou medidas firmes que priorizaram a saúde da população.

Respondendo a setores da oposição que se opõem à quarentena, o presidente garantiu que “não é verdade que se abrirmos a quarentena a economia se torna próspera”.

“O problema da economia hoje não é a quarentena, é a pandemia que afetou o mundo. Devemos desterrar a miserabilidade da política que para prejudicar o outro se usa qualquer argumento, não podem dizer essas coisas, não é verdade que se abrirmos a quarentena a economia se torna próspera”, precisou Fernández.