Após pressão dos trabalhadores e parlamentares, a discussão sobre o projeto de lei que prevê a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT-Correios), PL591/21, foi retirada da pauta do plenário da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (22).

Na última terça-feira (20), foi aprovado requerimento de urgência para votação do projeto, mas apesar disso, o relator da proposta, deputado Gil Cutrim, declarou que não tem pressa em apresentar o relatório, e que irá ouvir os representantes dos trabalhadores dos Correios.

“A gente não pode deixar quase 100 mil funcionários desamparados, ainda mais na pandemia. A gente não está com pressa para apresentar (o relatório). Não vamos fazer nada de forma açodada, de forma que machuque a história dos Correios”, afirmou.

O projeto foi apresentado por Bolsonaro em fevereiro e, se aprovado, abrirá o serviço postal brasileiro para que seja explorado pelo mercado. “Conseguimos tirar da pauta, mas a luta continua. Porque os privatistas estão sedentos pelos Correios. A pandemia ampliou demais o comércio virtual, e eles estão de olho nesse filé. Os Correios são a maior estrutura de logística do Brasil”, afirmou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

Para o presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores da ECT (Findect), José Aparecido Gandara, “foi a primeira e importante vitória dos trabalhadores em meio aos ataques do governo Bolsonaro, graças à mobilização nas redes sociais e do trabalho dos parlamentares que se posicionaram contrários ao projeto que autoriza a venda dos Correios. Quero agradecer especialmente aos trabalhadores e sindicatos que souberam dar mais uma grande demonstração de unidade e de mobilização na defesa dos interesses da categoria ecetista, agora é intensificar os trabalhos e a pressão aos Deputados Federais”.

Elias Diviza, presidente do Sintect-SP e vice-presidente do Findect, afirmou que é preciso “fortalecer a mobilização nas redes sociais pressionando os parlamentares, compartilhando os materiais produzidos que desmentem a farsa desse projeto de privatização”. “Convocamos uma reunião da Diretoria da FINDECT para definirmos as ações sindicais, políticas e jurídicas em defesa de uma pauta unitária da categoria ecetista”, ressaltou.