A divulgação recente de um imigrante salvadorenho e sua filha, de dois anos, mortos às margens do rio comoveram o mundo

A Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos confirmou na terça-feira (17) a morte de mais dois imigrantes hondurenhos no rio Bravo: Idalia Herrera, de 27 anos, e seu filho, de apenas dois. Oficialmente já são 15 os corpos encontrados neste ano à margem do afluente.

Em seus depoimentos, pessoas próximas afirmam que após permanecer por mais de três meses em um albergue de Matamoros, no México, afastada do marido e de duas filhas – que já haviam entrado nos EUA -, Idalia estava desesperada para cruzar a fronteira.

Conforme amigas, a fatal decisão de jogar-se nas águas do caudaloso rio, na localidade fronteiriça com Brownsville (Texas), ao lado de um grupo de hondurenhos, foi resultado de uma imensa ansiedade e desânimo. “Alertamos várias vezes que não tentasse, mas ela disse que pelo bem da família iria conseguir”, declarou Elsa Marilí Portillo, que assim como outras companheiras advertiu para os imensos riscos da empreitada.

“Estamos muito tristes, temos chorado, porque a conhecíamos. Era muito forte. Não devia ter se jogado no rio, mas o marido lhe disse que deveria voltar a tentar, que voltasse a lutar para se reunirem”, disse uma amiga.

Todos os hondurenhos que conseguiram atravessar foram capturados pela polícia, estão presos e serão repatriados, assim como os corpos de mãe e filho.

A divulgação recente de um imigrante salvadorenho e sua filha, de dois anos, mortos às margens do rio comoveram o mundo, retratando a política segregacionista dos sucessivos governos estadunidenses contra os povos, em especial os mais pobres da América Central.

Em Matamoros, onde recebem uma cama e alimentação, mais de 2.000 imigrantes estão na fila de espera, aguardando asilo político nos Estados Unidos. Muitas destas pessoas começaram a buscar empregos temporários na localidade, a fim de poder contar com recursos para sustentar minimamente sua sobrevivência.