Continuamos no mesmo lugar, diz Flávio Dino sobre plano de vacinação
Nesta quarta-feira (16), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou ao ao canal My News, no YouTube, sobre o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, anunciado no mesmo dia pelo governo Bolsonaro. “Continuamos no mesmo lugar: um plano nacional de vacinação sem vacinas, ou seja, ainda é uma impossibilidade lógica”, declarou, na entrevista, conduzida pelas jornalistas Myrian Clark e Mara Luquet.
O governador colocou ainda que o plano “dá apenas a certeza da obtenção de dois milhões de doses de vacinas da Pfizer. E isso daria para imunizar uma pequena parte dos profissionais de saúde do Brasil. É mais ou menos isso que o plano aponta. Isso sugere que precisamos de alternativas, seja na dimensão nacional, que é o mais importante, seja na atuação eventual dos estados”.
Flávio Dino explicou que este é o objetivo da ação que apresentou junto ao STF, para possibilitar a compra das vacinas pelos estados diretamente dos fabricantes.v “É uma ação supletiva, ou seja, se o Plano Nacional não evoluir — coisa que eu não espero, eu quero que o plano evolua — nós teremos a opção de fazer compras diretas. O governador lembrou ainda que “se este Plano Nacional, lançado hoje, tivesse sido lançado em outubro, estaríamos numa situação melhor. Como houve esse atraso, estamos sem a vacina. E isso talvez signifique que as outras etapas também vão atrasar e essa foi a razão da ação”.
Em outro momento da entrevista, o governador salientou: “Há um aspecto curioso porque o plano lançado hoje tem um capítulo dedicado à comunicação e lá pelas tantas está escrito assim: ‘é objetivo do plano nacional romper com as crenças negativas quanto à vacinação’. Então, das duas, uma: ou o plano vai ser rasgado, ou Bolsonaro terá de cumprir o plano. Estou curioso porque as declarações dele ontem não condizem com o plano que ele lançou hoje”.
Do ponto de vista da economia, Flávio Dino disse que “quando o presidente da República é o difusor de incertezas, de riscos, é claro que isso paralisa as decisões de investimento. Nós estamos vendo a desorganização das cadeias de oferta no Brasil”, o que pode se agudizar nos próximos meses, conforme avalia o governador. Nesse sentido, explicou que a vacina “é uma premissa fundamental exatamente porque diminui o coeficiente de incerteza e isso estimula a alocação de recursos públicos e privados na direção que o Brasil precisa”.
Assista abaixo a íntegra da entrevista.
Por Priscila Lobregatte