Médico trata crianças feridas depois de bombardeio saudita à cidade iemenita de Sa'ada - Reuters

Informe do Conselho de Direitos Humanos da ONU (OHCHR, sigla em inglês) alerta para crimes de guerra cometidos pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU) e ainda os Estados Unidos, Inglaterra e França na devastação que tem como consequência a “mais grave crise humanitária no mundo”.

O informe, produzido por um grupo de especialistas convidados pelo OHCHR, que é presidido pela ex-presidente chilena, Michelle Bachelet, questiona “a legalidade da transferência de armas pela França, Reino Unido e Estados Unidos” para os ataques no interior do Iêmen.

O informe foi divulgado no dia 3, um dia depois de um bombardeio saudita que destruiu uma prisão iemenita e que resultou na morte de 100 prisioneiros, conforme denúncia da Cruz Vermelha Internacional.

Os ataques sauditas, aos quais os Estados Unidos servem com apoio logístico e em armamentos começaram depois que revolucionários, em coligação com as forças armadas iemenitas, tomaram o poder em 2014, afastando governantes que atuavam como fantoches dos Estados Unidos e da Arábia Saudita na região que está localizado o estreito de Bab El Mandab, uma das passagens marítimas estratégicas do mundo, acesso ao Mar Vermelho e ao Canal de Suez, por onde passam cerca de 8% do total de petróleo transportado por navios tanque em todo o mundo.

No intuito de depor o governo revolucionário os sauditas não hesitam em recorrer a bombardeios a alvos civis (incluindo funerais, escolas, cerimônias religiosas, casamentos e áreas residenciais), além de um bloqueio que provoca a maior crise de fome em meio a epidemias de doenças no maior dos desastres humanos deste começo de século.

No mês de julho, Trump vetou resolução do Congresso norte-americano proibindo a venda de armas aos sauditas pelos Estados Unidos, tendo em vista os crimes de guerra no Iêmen e o assassinato por esquartejamento do jornalista saudita do Washington Post, Jamal Kashoggi.