Os três maiores bancos privados do país – Itaú, Bradesco e o espanhol Santander – lucraram juntos no primeiro trimestre R$ 18,2 bilhões. Enquanto a economia patina com o desemprego elevado, inflação galopante e a produção industrial “anêmica”, como assinalou o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o setor financeiro continua ganhando rios de dinheiro beneficiado pelas altas taxas de juros impostas ao setor produtivo e às famílias brasileiras.

Enquanto a rentabilidade dos três bancos situa-se na faixa de 20% ao ano, a produção industrial brasileira encerrou o primeiro trimestre em queda de -4,5%; 12 milhões de brasileiros continuam desempregados e 28 milhões no trabalho precário. A renda do brasileiro recuou 8,7% no primeiro trimestre em relação a igual trimestre de 2021. O endividamento bateu novo recorde e a inadimplência cresce.

É cada vez mais evidente o abismo que vem se estabelecendo entre os setores da economia do país que vivem de renda, com os bancos e seus acionistas à frente, e o resto do país. É flagrante a miséria, que, ainda mais intensa, explode nas ruas de São Paulo, com despejados das suas moradias improvisando toscas barracas, ou o aumento muito grande de pessoas pedindo por comida nos semáforos da cidade. Nunca se viu nada igual.

O dinheiro que está esterilizado na ciranda financeira que a economia do país vive é aquele que falta no investimento produtivo. É o que falta para geração de empregos. O governo Bolsonaro ao invés te encontrar meios para investir e atrair parte desse dinheiro para atividades na indústria, no comércio e no setor de serviços, pelo contrário, aumenta irresponsavelmente a taxa básica de juros (Selic) para 12,75% ao ano, aumentando o custo financeiro das empresas e do consumo.

No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido do banco Itaú foi de R$ 7,36 bilhões, 15% maior que o mesmo período do ano passado. O lucro líquido do Bradesco foi de R$ R$ 6,82 bilhões, um crescimento de 4,7% sobre o primeiro trimestre de 2021. O lucro líquido do Santander atingiu R$ 4 bilhões, o que representa uma alta de 40,1% na comparação com o lucro dos três primeiros meses do ano passado, no montante de R$ 2,816 bilhões.

Com o lucro do primeiro trimestre, o Santander Brasil passa a ser a filial com a operação mais rentável do conglomerado financeiro espanhol em todo mundo e deve mantê-lo entre os bancos de maior rentabilidade do planeta.