Com desemprego recorde e empresas falindo, lucro do Itaú cresce 64,5%
A sabotagem de Bolsonaro e Guedes ao setor produtivo durante a pandemia quebrou empresas, derrubou faturamentos, destruiu empregos e liquidou com a renda de trabalhadores. Para os bancos, contudo, a crise foi lucrativa. O Itaú Unibanco divulgou nesta terça-feira (4) os seus resultados no primeiro trimestre deste ano, quando o lucro líquido recorrente atingido foi de R$ 6,398 bilhões – uma alta de 63,5% sobre o mesmo período do ano passado. Sobre o quarto trimestre de 2020, houve igualmente aumento nos ganhos: uma alta de 18,7%.
No período em que o lucro líquido do banco foi contabilizado (janeiro a março), o Brasil passava pelo período mais crítico em contágios e mortes pelo coronavírus. As consequências disso para a economia foram gravíssimas: a desocupação bateu recorde, mais empresas fecharam as portas e o setor produtivo despencou. Quase 70 milhões de brasileiros ficaram sem auxílio emergencial e o governo cortou também os programas emergenciais de socorro a crédito às empresas.
Os bancos, preocupados com os calotes – ainda que a medidas para aumentar a liquidez do sistema bancário para a oferta de crédito tenham sido lançadas – tiveram autonomia do governo para empoçar os recursos e não conceder empréstimos para quem eles consideram que não vão cumprir os compromissos. Ou seja: em uma crise, a ideia de que todo mundo perde um pouco vale para tudo, menos para os bancos.
O índice de calote em 90 dias, também comunicado pelo banco, manteve-se estável em 2,3%, apesar da maior inadimplência nos empréstimos para pequenas empresas. As provisões do banco para as perdas caíram quase 60% no período. Ainda assim, a “reserva” contra “calote” do Itaú foi de R$ 411 bilhões – valor que quase dobraria o lucro do banco.
Ainda de acordo com o comunicado desta terça, o lucro líquido contábil do maior banco privado do país ficou em R$ 5,414 bilhões, uma alta de 59% sobre os R$ 3,401 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido, ou seja, a rentabilidade dos acionistas, foi de 18,5%, alta de 2,4 pontos percentuais ante o fim do ano passado e avanço de 5,7 pontos sobre o período entre janeiro e março de 2020.