O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial do país, registrou em abril a maior alta dos últimos 27 anos.

Divulgado na manhã desta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a variação da cesta de preços foi de 1,73%, com alta acumulada atingindo pela primeira vez 12,03%.

Gasolina, alimentos e custos com habitação – cujos preços não dão tréguas há meses – foram os principais responsáveis pela inflação do mês.

Após mega-aumento promovido pela direção da Petrobrás nas refinarias com o aval do governo federal, a inflação da gasolina foi de 7,51%, acumulando mais de 30% nos últimos 12 meses. Altas acentuadas no diesel (+13,11%), etanol (+6,6%) e gás veicular (+2,28%) também elevaram a alta dos custos da categoria de transportes em 3,43% na prévia do mês.

Houve altas ainda nos preços dos táxis (4,36%), nas passagens de metrô (1,66%) e dos ônibus urbanos (0,75%).

Comer está cada vez mais difícil

O item Alimentos e bebidas, que responde por maior parte da composição do IPCA, voltou a acelerar e não foi pouco, com variação de 2,25% na prévia. Já vivendo em condições de aperto, os brasileiros enfrentam cada dia mais dificuldades de colocar comida no prato. Produtos indispensáveis como tomate (+26,17), leite longa vida (12,21%), cenoura (+15,05%), óleo de soja (+11,47%), batata inglesa (+9,86%) e o pão francês (+4,36%) passaram a pesar ainda mais nas despesas.

Para entender a magnitude da inflação dos alimentos e seu peso principalmente no bolso dos mais pobres, em 12 meses, alta da cenoura chegou a quase 200% no acumulado em 12 meses, enquanto o tomate subiu 117% no mesmo período.

Pressionando os custos de habitação, os preços do gás de botijão, encanado e da energia elétrica, que deveriam ser administrados pelo poder público, dispararam novamente em abril. O botijão de 13 kg está 8,09% mais caro este mês e já acumula alta de 32,45% no ano. O gás encanado subiu 3,31% e a energia elétrica teve alta de 1,92% no mês e de 30,16% em 12 meses – apesar de a escassez hídrica não ser mais um argumento para a promoção de aumentos.