Chuva no Sudeste: comunistas se solidarizam e cobram responsabilidades
As chuvas que estão atingindo o Sudeste do Brasil na última semana, especialmente nos estados de Minas Gerais, no Sul do Espírito Santo e no Norte do Rio de Janeiro, deixaram dezenas de mortos milhares de desabrigados. Diante do quadro de calamidade, lideranças comunistas se solidarizam com as vítimas que sofrem com perdas humanas e materiais e, paralelamente, discutem as responsabilidades de garantir estrutura urbana segura para as famílias.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), lembrou que tais volumes de chuva nunca foram vistos, mas precisam ser esperados como efeito das mudanças climáticas, que ele classificou como o “maior desafio que paira sobre a humanidade hoje”. Pelas redes sociais ele prestou solidariedade às vítimas e destacou a importância de, neste cenário, vencer o “desafio da infraestrutura”.
Minha solidariedade a todas as vítimas derivadas de fortes chuvas em varios estados. É claro que o desafio da infraestrutura é muito grande. Mas também temos que atentar para as consequências das mudanças climáticas, maior desafio que paira sobre a humanidade hoje.
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) January 29, 2020
Destruição em Minas
Em Minas Gerais, 54 pessoas morreram e mais de 46 mil abandonaram suas casas por conta do efeito das chuvas. Belo Horizonte (BH) amanheceu nesta quarta-feira (29) contabilizando os estragos de uma grande pancada de chuva que atingiu a cidade na noite anterior. Segundo a defesa civil, em três horas choveu o esperado para todo o mês de janeiro em algumas regiões da capital mineira. Até o início da tarde, não foram registradas mortes. Mas o número de desabrigados deve ser atualizado: em virtude de chuvas nos dias anteriores, 185 pessoas já estavam desabrigadas em BH.
O vereador Gilson Reis (PCdoB-MG) informou, por meio de vídeo divulgado nas redes sociais, que vem acompanhando de perto a situação. Segundo ele, um comitê de vereadores já se reúne para discutir responsabilidades do poder Executivo para trazer a cidade de volta à tranquilidade, por exemplo, garantindo aluguel social e outras necessidades das pessoas que sofreram com danos materiais.
Apesar do surpreendente volume de água, Gilson Reis destacou que os efeitos da chuva poderiam ser menos graves se a cidade tivesse a estrutura adequada para suportá-la.
“Não estamos no momento de apontar culpados. Mas é preciso dizer também que há culpados nessa história”, ponderou.
“Nós viemos denunciando ao longo dos últimos anos a falta de política pública no que diz respeito a tratar fundos de vales e rios, o tamponamento de rios da cidade, num processo maluco de asfaltamento. Ruas que tinham paralelepípedos estão sendo impermeabilizadas. A água vai procurar um lugar, os afluentes tampados, e isso aumenta os danos, como estamos vendo nos últimos dias”, explicou o vereador, lembrando que o prefeito atual, Alexandre Kalil (PHS) e anteriores precisam responder pelos problemas estruturas que deixaram em Belo Horizonte.
“Estamos com o coração partido, solidários, contem conosco”, concluiu o comunista.
Assista ao vídeo completo:
Campanha Solidária
Ao mesmo tempo em que há empenho em cobrar a responsabilidade do poder público os comunistas ajudam a organizar campanhas locais de solidariedade. A presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) e do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), Valéria Morato, membro do Comitê Central do PCdoB, orienta os sindicatos a realizarem uma campanha de doação para as vítimas das enchentes.
A sugestão é de que sejam arrecadados itens de higiene pessoal, roupas de cama e cobertores. O material pode ser entregue nas unidades do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e na Defesa Civil. Os sindicatos também poderão entregar as doações na sede da CTB-MG (Rua Tupinambás, 179, 12º andar, Belo Horizonte).
A ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) também se solidarizou com a vítimas da chuva e chamou a atenção para a conexão entre os estragos causados por alagamentos e deslizamentos e pauta ambiental. Manuela aproveitou a postagem nas redes sociais para sugerir mais um ponto de coleta de doações para as pessoas que sofrem as consequências dos efeitos do temporal sobre a cidade.
Espírito Santo e Rio de Janeiro
O Sul do Espírito Santo também foi fortemente atingido pelas chuvas. Nove pessoas morreram e uma ficou desaparecida. Mais de 11 mil pessoas estão desalojadas e mais de 2 mil desabrigadas. O prefeito de Baixo Guandu, o comunista Netto Barros (PCdoB-ES), informou ao Portal PCdoB que a cidade não foi atingida, ao contrário dos vizinhos do leste mineiro.
“Houve muitos alagamentos lá e no sul do Espírito Santo. O rio Doce causou alagamentos em Colatina, cidade capixaba vizinha de Baixo Guandu e em Linhares, também aqui no Espírito Santo. A situação no sul do estado é trágica”, lamentou o prefeito comunista.
No Norte do Rio de Janeiro, também afetado pelas chuvas, 13 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas, em 13 municípios.