Ministro do Exterior da China, Zhao Lijian, denuncia: “EUA quer tumultuar com mentiras e rumores"

A China fez um alerta sobre a decisão dos Estados Unidos de boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno, que estão marcados para fevereiro do ano que vem em Pequim.

“Os Estados Unidos pagarão um preço pelo gesto equivocado”, afirmou nesta terça-feira (7) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, que informou que será apresentado um protesto formal contra Washington.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo norte-americano não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de Pequim 2022, mas os atletas do país disputarão as duas competições.

“Os Estados Unidos estão tentando tumultuar os Jogos, com base em seu viés ideológico, mentiras e rumores. Mas, o boicote só fará com que as pessoas no mundo vejam ainda mais claramente suas sinistras intenções e abalará ainda mais sua credibilidade e sua moralidade”, afirmou Zhao, informando que o país tomará medidas decisivas em retaliação ao boicote, que é uma “provocação política total”

“Francamente, os chineses estão aliviados de escutar a notícia, porque, quanto menos funcionários americanos presentes, menos vírus”, tuitou o jornal estatal chinês Global Times.

Washington argumentou sua decisão por conta de um suposto “genocídio e crimes contra a humanidade que persistem em Xinjiang, assim como outras violações dos direitos humanos” na China.

O Ministério das Relações Exteriores de Pequim ainda classificou a acusação de Washington de que a “população muçulmana” de Xinjiang, os uigures, seria vítima de “genocídio”, como “a maior mentira do século”, fabricada pelo então secretário de Estado de Donand Trump, Mike Pompeo, e adotada por seu sucessor sob Biden, Anthony Blinken.

Genocídio, a eliminação sistemática de uma etnia, é o que os nazistas fizeram com os judeus, e os norte-americanos com seus nativos (‘índio bom é índio morto’, era o lema então), enquanto em Xinjiang a população uigur dobrou nos últimos 40 anos, assinalou Zhao.

Em Xinjiang, convivem boa parte das 56 etnias que compõem a China, sendo que as maiores em tamanho na região autônoma são os uigures (45,2%), os han (40,5%), cazaques, quirguizes e outros. Nos últimos 60 anos, a economia da região autônoma aumentou 200 vezes.

Situado na parte mais ocidental da China e com uma superfície que é quase três vezes a da França, com cadeias de altas montanhas e deserto, petróleo e gás e quase 20% da produção mundial do melhor algodão, Xinjiang é ainda a porta de saída da China para a nova rota da Seda, a estratégica interligação da China com a Europa em curso. Também foi um dos principais cenários do esforço bem sucedido da China para dar fim à pobreza extrema.

Os Jogos Olímpicos de Inverno acontecerão em Pequim entre 4 a 20 de fevereiro do ano que vem. Em seguida, entre 4 e 13 de março, acontecerão os Jogos Paralímpicos de Inverno, também na capital chinesa.