Sede da Academia Chinesa de Ciências em Pequim

A China ultrapassou os Estados Unidos em quantidade de artigos científicos de alta qualidade produzidos e publicados entre 2017 e 2019, informou o Instituto Nacional de Política Científica e Tecnológica, vinculado ao Ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão.

As publicações dos EUA cresceram em 29% entre 2006 e 2018, enquanto que as da China expandiram-se em 203%. E nos anos seguintes o aumento continuou.

Os artigos de alta qualidade geralmente referem-se aos 10% das publicações científicas mais citadas em seus respectivos campos.

De acordo com os indicadores do relatório japonês de ciência e tecnologia de 2021, a China lidera o ranking mundial com uma média de 40.219 desses artigos publicados anualmente durante o período de três anos, seguida pelos Estados Unidos com 37.124 e pelo Reino Unido com 8.687.

Os dois fatores que contribuíram para o rápido crescimento da produção científica e tecnológica da China são seu grande orçamento para pesquisa e sua importante reserva de talentos, observa o relatório. Em 2019, a China tinha cerca de 4,86 milhões de pessoas trabalhando no setor em tempo integral, e gastos com pesquisa de mais de 2,2 trilhões de yuans (US $ 340 bilhões), de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas de Pequim.

O último relatório mostra que os artigos dos EUA tiveram referência em áreas como medicina clínica, ciências da vida básicas, física e geociências de 2017 a 2019, enquanto os artigos chineses foram os mais citados nas áreas de ciência de materiais, química, engenharia e ciência da computação e matemática.

Na década de 1990, a China estava ainda nas proximidades do décimo lugar entre as nações mais importantes em número de artigos científicos de alta qualidade, de acordo com o relatório. No entanto, experimentou uma melhora significativa nos anos seguintes, alcançando o segundo lugar em nível internacional no final dos anos 2000 e mantendo essa posição até chegar ao topo entre 2017 e 2019.

De acordo com o 14º Plano Quinquenal (2021-2025) recentemente referendado pelas duas Sessões da Assembleia Nacional Popular (ANP), que pela primeira vez reservou um capítulo dedicado exclusivamente ao tema da ciência e tecnologia, a intenção da China é elevar o gasto com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em mais de 7% ao ano, representando, em termos absolutos, 2,4% do PIB.

Os recursos serão direcionados para setores considerados estratégicos, como inteligência artificial, informação quântica, semicondutores, neurociência, engenharia genética, medicina clínica, exploração do espaço, das profundezas e dos solos. Ações para atingir a “auto-suficiência” nesse conjunto de áreas englobam políticas incentivando cientistas a se incorporarem em atividades industriais.