Legenda: “Cuidado perigo biológico” e “Area infecciosa”, dizem duas placas na entrada de sala de laboratório mantido pelo Pentágono

A China exigiu que os EUA informem detalhes sobre os laboratórios biológicos que estão na Ucrânia e são financiados por Washington, revelou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, nesta terça-feira (8), citado pela agência CGTN.

“Instamos novamente os americanos a esclarecerem completamente suas atividades de militarização biológica no país e no exterior”, afirmou.

Pequim pede, entre outros dados, que sejam divulgadas informações sobre os tipos de vírus que armazenam e as pesquisas realizadas por essas entidades.

O representante do Ministério das Relações Exteriores afirmou que, segundo relatos, os EUA têm 26 laboratórios biológicos na Ucrânia nos quais são armazenados “vírus perigosos”.

Zhao Lijian ressaltou ainda que a China sempre entendeu que a segurança de um país não pode ser garantida às custas da segurança de outros países, e a segurança regional não pode ser garantida com a expansão militar do bloco.

Os EUA gastaram mais de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) em trabalhos de diversos laboratórios biológicos na Ucrânia, denunciou a agência Sputnik, um dos meios russos censurados pela União Europeia. Os laboratórios do Departamento Sanitário Central e Epidemiológico do Ministério da Defesa ucraniano estiveram envolvidos no programa biológico militar norte-americano.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, no domingo passado já havia informado que durante a operação militar especial na Ucrânia ficou conhecido que o regime de Kiev destruiu às pressas evidências de um programa de armas biológicas financiado pelo Departamento de Defesa dos EUA.

Sobre o risco que a população ucraniana corre agora, Konashenkov alerta que “recebemos documentação de funcionários de bio-laboratórios ucranianos sobre a destruição de emergência, em 24 de fevereiro, de patógenos particularmente perigosos de peste, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais”.

As atividades de fortalecimento das propriedades patogênicas, que estão sendo empenhadas na Ucrânia, são uma violação ucraniana e dos EUA  da convenção da ONU sobre a proibição de armas biológicas e à base de toxinas, assinalou o general Igor Kirílov, diretor das Forças de Defesa Química, Biológica e de Radiação da Rússia.

“Os documentos analisados ​​confirmam que o Ministério da Saúde da Ucrânia estabeleceu como objetivo, a partir de 24 de fevereiro, destruir completamente os agentes biológicos localizados nos laboratórios”, detalhou o o general.

“Ao mesmo tempo, uma análise das instruções dadas aos funcionários dos laboratórios demonstra que o procedimento de eliminação das coleções tem como objetivo sua destruição irrecuperável”, sublinhou o alto responsável.

“Os curadores do Pentágono entendem que se estas coleções chegarem aos especialistas russos, então muito provavelmente será confirmada a violação da Ucrânia e dos EUA da convenção sobre a proibição de armas biológicas e à base de toxinas, em particular, o trabalho de fortalecimento das propriedades patogênicas de microrganismos usando o método de biológica sintética”, de acordo com Kirillov, que diz ser a única explicação para a pressa da Ucrânia em destruir os restos do programa.

Ele detalhou que eram realizados experimentos com bactérias da peste, antraz e brucelose em um laboratório biológico de Lvov, e com a difteria, salmonelose e disenteria nos laboratórios de Kharkov e Poltava.

Segundo o funcionário russo, apenas em Lvov foram destruídos 232 recipientes com leptospirose, 30 com tularaemia, dez com brucelose e cinco com peste.

“No total, mais de 320 recipientes foram destruídos. A nomenclatura e o número excessivo de biopatógenos são indicativos de trabalhos realizados como parte de programas biológico-militares”, apontou.

Outra das consequências do programa biológico, diz, foi o aumento da incidência de sarampo em 100 vezes, e outras infecções, no território ucraniano, registrado pelas Forças de Defesa Química, Biológica e de Radiação da Rússia desde 2014, que explica ser devido a um programa de “reforma” do sistema de saúde ucraniano.

“Assim, o número de casos de rubéola, difteria e tuberculose tem aumentado na Ucrânia. A Organização Mundial de Saúde declarou a Ucrânia um país de alto risco de surto de pólio”, denunciou.