Hua Chunying, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China

“A questão-chave é saber qual papel os Estados Unidos desempenham nas atuais tensões na Ucrânia. O que eles fizeram? É algo irresponsável e imoral acusar os outros e dizer que está combatendo o incêndio enquanto joga mais lenha na fogueira”, denunciou nesta quarta-feira (23) a porta-voz da diplomacia da China, Hua Chunying.

A representante chinesa ressaltou que “os EUA não param de remeter armas para a Ucrânia, aumentando a tensão e criando pânico” na região, o que na prática significa que dizem uma coisa e fazem o contrário.

As afirmações da porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores foram feitas dois dias após o reconhecimento pela Rússia de Donetsk e Lugansk, as duas repúblicas populares da região do Donbass, como países do leste da Ucrânia, possibilitando a sua defesa da intervenção estrangeira.

Hua também condenou o anúncio de sanções à Rússia pelo governo Biden e seus fantoches, frisando que tais práticas sempre foram totalmente improdutivas. “As sanções nunca foram uma maneira eficaz de resolver problemas, e a China sempre se opôs a sanções unilaterais”, disse Hua.

Nesta terça-feira (22), União Europeia e Reino Unido se alinharam aos EUA, e aprovaram uma rodada de medidas punitivas contra a Rússia, que serve no momento como pretexto para o avanço de relações internacionais mais sólidas e consolidadas.

Na prática, a ação prejudicará de cara a Europa, altamente deficitária em energia limpa e que depende da Rússia para se abastecer. A partir da construção de um novo gasoduto, o Nord Stream 2, a Alemanha passará a importar 60% da sua energia, o que é temido pelo governo estadunidense que além de perder um enorme cliente, fortalecerá uma parceria de longo prazo.