Bachelet pediu a chilenos que votem por “um caminho de progresso, liberdade, igualdade e direitos humanos”

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos e ex-presidente chilena Michelle Bachelet conclamou nesta terça-feira (14) o voto no candidato da Frente Ampla, Gabriel Boric, frisando que o será decidido no próximo domingo (19) é fundamental para o futuro do país e “ninguém pode ficar indiferente”.

A manifestação político-eleitoral por parte de um alto funcionário da ONU foi atribuída ao iminente retrocesso que representa o nome de José Antonio Kast, representante do fascismo em seu país. “Não dá no mesmo votar em qualquer candidato. Por isso, vou votar em Gabriel Boric”, afirmou Bachelet, em vídeo divulgado pela fundação Horizonte Cidadão, pertencente a ex-presidente. Diante disso, assinalou, “quero fazer um apelo a todos os meus compatriotas para irem votar, respeitando silenciosamente quem pensa diferente”.

Passando as férias no Chile, a ex-presidente disse que se encontrava no país para cumprir com um dever cívico e é preciso optar por “um caminho de progresso, de liberdade, igualdade e direitos humanos; um meio ambiente sustentável e, logicamente, a oportunidade de uma nova Constituição”. Neste momento encontra-se em andamento uma Assembleia Constituinte, que está debatendo o fim dos mecanismos privatistas e de atentado à soberania e à democracia impostos pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Boric se comprometeu com a nova Constituição, enquanto Kast expressou sua contrariedade.

A declaração de apoio de Bachelet ocorreu depois de um encontro com Gabriel Boric em sua casa, na segunda-feira (13). “Nós nos reunimos para conversar, assim como me encontrei com o ex-presidente Ricardo Lagos. Tivemos uma conversa muito boa, porque devo aprender com seus acertos e erros”, disse o líder oposicionista. “Tenho uma visão muito boa do que foi o segundo governo da presidente Bachelet, quando acredito que foram tentadas reformas ambiciosas e que algumas delas estão dando frutos”, expressou Boric.

Desolado diante do crescente isolamento, Kast “lamentou” o posicionamento da alta comissária da ONU. A fundação de Bachelet já havia declarado apoio à Frente Ampla e se colocado à disposição da candidatura de Boric após o primeiro turno, em novembro.