As centrais sindicais realizaram protestos nos locais de trabalho em denúncia ao descaso do governo Bolsonaro que tem condenado milhares de brasileiros à morte por Covid-19 e à fome com o aumento desenfreado do desemprego. Os atos desta sexta-feira (18) tiveram como pauta a garantia da vacinação para toda a população, do auxílio emergencial de R$ 600 – enquanto durar a pandemia – e a proteção dos empregos e salários.

Em São Paulo, os presidentes nacionais da centrais se reuniram em ato realizado na empresa MWM, na zona sul da capital paulista. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que a ideia dos atos desta sexta (18) é denunciar os crimes de Bolsonaro e mobilizar o maior número de trabalhadores para os atos deste sábado (19).

“Estamos fazendo esse esquenta nas fábricas e nos locais de trabalho de todo o país para trazer a pauta unitária das centrais sindicais. Uma pauta que unificou o movimento sindical, uma pauta que é para salvar o Brasil”, disse Miguel Torres.

“Hoje estamos numa crise política nunca vista, que não é só uma crise política, uma crise econômica, que não é só uma crise ética, uma crise sanitária é uma crise estrutural que estamos vivendo no país. A desindustrialização está fazendo com que as empresas migrem para fora do país, e os empregos também. Esse processo aumentou muito nesses últimos dois anos, tanto é que a Ford saiu do Brasil e vai continuar vendendo no Brasil. Enquanto a maioria dos países do mundo – e em todos os desenvolvidos – têm em sua indústria como estratégica para garantir emprego, tecnologia e manter a economia em alta, nosso país está deixando as suas irem embora”, completou.

“Já são quase 500 mil mortos pela Covid-19. Tudo por conta da irresponsabilidade de um elemento que nega a vacina”, afirmou Ubiraci Dantas, o Bira, presidente da CGTB. “No ano passado 70 milhões de doses, rejeitadas por ele, poderiam ter salvo milhares de vidas. Além disso, são 70 milhões de desempregados, ou subempregados, na economia informal, passando necessidade. E com isso a fome entrando nos lares de milhões de brasileiros. As indústrias estatais estratégicas do nosso Brasil sendo entregue na bacia das almas. Acabaram de aprovar a privatização da Eletrobrás. Essa privatização significa apagão e aumento da conta de energia”. “Precisamos dar uma basta a esse governo. E para isso precisamos da unidade firme e decidida do nosso povo”, ressaltou Bira.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, denunciou o desemprego crescente que já está muito superior que os 14% apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Nós sabemos o que significa o desemprego! O trabalhador quando perde o emprego ele perde tudo, pois já não sabe se vai conseguir manter o filho na escola, pagar o aluguel. O número de desempregados é o dobro do que a imprensa está dizendo, pois só entra na estatística do desemprego aquele trabalhador que procurou emprego nos últimos seis meses, se faz mais tempo que isso ele já não entra mais na estatística, portanto cerca de 30% dos trabalhadores estão sem empregos”, afirmou Sérgio.

Em texto conjunto, as centrais afirmam a importância de se construir uma “política capaz de recolocar o país na trajetória de um projeto de desenvolvimento que incremente a produtividade de toda a economia, gere empregos de qualidade e promova o aumento da

renda do trabalho; que combata todas as formas de desigualdades, a pobreza e a miséria. Um projeto de desenvolvimento orientando pela justiça social e sustentabilidade ambiental, por um Estado forte com efetividade para o investimento econômico e social”.

Os dirigentes sindicais enalteceram, ainda, os atos deste sábado que reunirá entidades do movimento social, entidades estudantis, partidos e figuras políticas, além das centrais, com o objetivo de derrotar as sabotagens bolsonaristas ao combate à pandemia, denunciar os cortes nas universidades federais e nas pesquisas científicas – que tem prejudicado o desenvolvimento de tecnologia para enfrentar a Covid-19.

Em São Paulo o ato pela vacinação da população e pelo Fora Bolsonaro está marcado para às 16h no Museu de Artes de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista.