No último sábado (09), as centrais sindicais e movimentos sociais realizaram um ato denunciando a carestia, o desemprego e a fome provocados pela política econômica do governo Bolsonaro, em Porto Alegre (RS). Intitulada “Marcha contra a fome, miséria e o desemprego”, a manifestação saiu do Largo Glênio Peres em direção ao Largo Zumbi dos Palmares.

Representando a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio Grande do Sul (CTB-RS), Fabrício Loguércio, afirmou que o povo porto-alegrense já não tem mais dúvidas de que Bolsonaro é o culpado pela situação dramática que aflige o país. “As pessoas estão vagando pelas ruas em busca de comida. Por isso, é fundamental derrotar o bolsonarismo aqui no Rio Grande do Sul”, disse, citando os pré-candidatos da ultradireira ao governo gaúcho.

Loguércio disse ainda que, enquanto a educação vai de mal a pior nos municípios, onde falta até a merenda, “esse governo genocida que causa a fome, a miséria e o desemprego cobra propina em ouro para as prefeituras terem acesso às verbas da educação”.

O ato contou com panelaços e palavras de ordem que alertavam para a escalada da miséria no país e para o descontrole dos preços dos combustíveis e gás de cozinha. Faixas e cartazes com os dizeres “Tudo caro, a culpa é do Bolsonaro” foi a mais presente nos materiais exibidos na manifestação.

“Estamos aqui em nome de direitos, de dignidade e de comida no prato para todos os brasileiros. Mas para mudar esse país, cada um e cada uma deve se empenhar em ser um comitê de luta contra a exclusão social, a miséria e o desemprego”, enfatizou Amarildo Cenci, presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS).

“Não vamos sair das redes e das ruas enquanto não conquistarmos de volta os direitos dos trabalhadores e as empresas estatais que estão sendo vergonhosamente vendidas”, completou.

Os dados divulgados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), no início de junho, traduziram em números a miséria que vemos nas ruas das grandes cidades todos os dias. De acordo com a pesquisa, 33 milhões de pessoas estão passando fome no país e, pelo menos, 125,2 milhões de brasileiros padecem de algum nível de insegurança alimentar, ou seja, não sabem se farão as três refeições diárias.

Cláudio Guimarães, presidente da Força Sindical-RS, lembrou que a alta do custo de vida impacta com mais veemência a parcela mais pobre da população, que majoritariamente está nas periferias. “A fome está batendo na porta de casa das pessoas que não estão conseguindo mandar seus filhos para a escola e quando mandam, eles vão de barriga vazia”, alarmou-se o dirigente. Guimarães pediu a organização de uma “grande frente para derrotar o Bolsonaro e o bolsonarismo e o que eles têm de mais cruel, que não representam as pessoas mais simples, e que são contra as mulheres, os negros, os índios, os pobres”, disse Cláudio.