Caso Marielle: deputados do PCdoB pedem que STF investigue
O Jornal Nacional revelou, na terça-feira (29), que, no dia do homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), morta em 14 de março de 2018, um dos envolvidos no assassinato esteve no condomínio onde fica a residência de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro e se registrou na portaria como visitante do então deputado e pré-candidato a presidente.
A informação repercutiu nas redes sociais dos deputados do PCdoB. Para Orlando Silva (SP), as revelações devem ser apuradas com rigor, pois o Brasil “exige saber” a verdade.
“As informações do Jornal Nacional envolvendo o nome de Bolsonaro na investigação sobre o caso Marielle são gravíssimas. Sem imputações precipitadas, o fato é que o presidente deve explicações ao país”, afirmou.
O parlamentar criticou a reação de Bolsonaro à reportagem em transmissão pelas redes sociais: “Não adianta fazer ‘live’ raivosa”, disse. Orlando Silva também questionou a decisão do presidente, que determinou à Polícia Federal a tomada de um novo depoimento do porteiro que associou seu nome ao do principal acusado pela morte da vereadora.
As informações do Jornal Nacional envolvendo o nome de Bolsonaro na investigação sobre o caso Marielle são gravíssimas. Sem imputações precipitadas, o fato é que o presidente deve explicações ao país. Não adianta fazer live raivosa. O Brasil exige saber #QuemEstavaNaCasa58.
— Orlando Silva (@orlandosilva) 30 de outubro de 2019
O presidente não pode acionar a Polícia Federal a seu bel prazer, como se a corporação fosse braço de interesses pessoais. A ordem fica ainda mais esdrúxula sendo seu nome citado na investigação em curso. Luís XIV já se foi e ninguém quer vê-lo reencarnado no Brasil. https://t.co/QPauQ1rEv1
— Orlando Silva (@orlandosilva) 30 de outubro de 2019
Sobre esse fato, a deputada Perpétua Almeida (AC) questionou se o próprio Bolsonaro pode convocar a Polícia Federal para tomar novo depoimento do porteiro. “Agora fiquei confusa das prerrogativas presidenciais e dos próprios órgãos e instâncias da Justiça”, ironizou.
O presidente Bolsonaro, citado na investigação q envolve a morte da vereadora #marielle, pode ele próprio convocar a PF p tomar novo depoimento do porteiro q citou seu nome?!! Agora fiquei confusa das prerrogativas presidenciais e dos próprios órgãos e instâncias da Justiça. https://t.co/A5oZq6h497
— Perpétua Almeida (@perpetua_acre) 30 de outubro de 2019
A líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (RJ), lembrou que, um dia depois de Bolsonaro ter chamado o STF de hiena pelo seu Twitter, a instituição pode investigar o aparecimento do seu nome no caso Marielle. “O mundo dá voltas rápido”, observou.
Com a citação ao presidente da República, que tem foro privilegiado, o caso pode vir a ser assumido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dia depois de Bolsonaro chamar o STF de hiena pelo seu Twitter, a investigação envolvendo seu nome e o caso da morte de Marielle poderá chegar nas mãos da instituição.
O mundo dá voltas rápido.
— Jandira Feghali (@jandira_feghali) 30 de outubro de 2019
A deputada fez ainda alguns questionamentos: “Quem na casa de Bolsonaro autorizou que o suspeito do envolvimento no crime de Marielle entrasse no condomínio dele no dia da morte da vereadora? Quem está sendo superprotegido pela família de Bolsonaro como disse Queiroz? Quem mandou matar Marielle?”.
Vice-líder da Minoria, Alice Portugal (BA) destacou o fato de um dos envolvidos no assassinato da vereadora ter estado no condomínio no dia do homicídio e se registrado como visitante de Bolsonaro. “STF vai investigar o possível envolvimento do presidente no crime”, frisou.
Segundo o deputado Márcio Jerry (MA), o presidente está visivelmente transtornado com a aproximação do caso Marielle à família dele. “Na ‘live’ de hoje se excedeu mais uma vez em absoluta falta de compostura. Quando mais ele deprecia a Presidência da República mais se revela incapaz do cargo”, disse.
Presidente @jairbolsonaro visivelmente transtornado com a aproximação do caso Marielle à família dele.
Na live de hoje se excedeu mais uma vez em absoluta falta de compostura. Quando mais ele deprecia a Presidência da República mais se revela incapaz do cargo.— Márcio Jerry (@marciojerry) 30 de outubro de 2019
“São gravíssimas as informações dadas pelo Jornal Nacional envolvendo o nome do presidente com o assassinato da vereadora Marielle e seu motorista Anderson Gomes. Somos do lado da verdade. Acreditamos que o STF deva iniciar imediatamente as investigações sobre o envolvimento do presidente com milicianos”, disse a deputada Professora Marcivânia (AP).