Caso Assange: evento denuncia violações da liberdade de imprensa
A luta pela libertação do jornalista Julian Assange será tema do evento “O caso Assange: solidariedade internacional e as sérias violações e precedentes para a liberdade de imprensa”, que acontece nesta quinta-feira (23), às 9h30 (horário de Brasília), paralelamente à 50ª Sessão Ordinária da Comissão de Direitos Humanos da ONU e será transmitido pelo YouTube ao vivo em inglês e português.
O ato será realizado por organizações brasileiras, entre elas a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH). As entidades são contra a extradição de Assange para os EUA, que foi aprovada pelo governo britânico na sexta-feira (17).
Segundo os organizadores, estão confirmadas as participações de Stella Assange, esposa de Julian; Jennifer Robinson, advogada do jornalista e Vijay Prashad, jornalista e membro da Assembleia Internacional dos Povos. Também estarão presentes representantes de organizações como a Federação Internacional dos Jornalistas e os Repórteres sem Fronteiras.
“Esta é uma excelente oportunidade para denunciarmos as gravíssimas violações dos direitos humanos implicadas no caso Assange, além de pautar o sistema ONU para que tome providências, defendendo as regras do direito internacional, em especial a Carta da ONU e o artigo 3º da Convenção Europeia sobre os Direitos Humanos”, disse Mara Carvalho, da coordenação executiva da ABJ, ao jornal Folha de S.Paulo.
No último dia 17, o governo britânico confirmou que Assange será extraditado para os Estados Unidos, sob a acusação de divulgar documentos confidenciais a partir de 2010. O jornalista está preso desde 2019 em penitenciária de segurança máxima na Inglaterra, após passar sete anos na embaixada do Equador em Londres.
Em evento em Alagoas, o ex-presidente Lula defendeu Assange após ser noticiada a extradição: “E nós que estamos aqui falando de democracia, precisaríamos perguntar que crime o [Julian] Assange cometeu. É o crime que todos vocês cometeram: falaram a verdade. Mostrar que os Estados Unidos da América do Norte através de seu departamento de investigação, através do seu Departamento de Estado, da CIA, estava grampeando muitos países do mundo e, inclusive, grampeando a presidenta Dilma Rousseff. Ele denunciou as falcatruas feitas no país mais importante do planeta.”
(PL)