Lideranças dos caminhoneiros reagiram após o reajuste do preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobrás na segunda-feira, e que passou a valer a partir de hoje.

Esse é o oitavo aumento neste ano e o primeiro realizado na gestão do general Joaquim Silva e Luna. O último reajuste nas refinarias foi em 15 de abril.

“Deixamos claro, na reunião, que se o diesel subisse, ia afetar seriamente não só os caminhoneiros, mas a sociedade em geral que já está muito pressionada”, disse Plínio Nestor Dias, presidente do CNTRC, em relação à reunião da categoria com o presidente da empresa realizada no mês passado.

Plínio afirmou que a greve dos caminhoneiros, marcada para o próximo dia 25, continua de pé e ganha força com a alta. O presidente do CNTRC disse ainda que a entidade enviará uma carta em resposta à Petrobras reafirmando a posição da categoria.

Meu celular não parou o dia todo, são caminhoneiros querendo saber o que aconteceu. Vamos traçar nossa estratégia para ninguém sair prejudicado, mas vai ter greve”, informou.

O valor médio de venda do litro da gasolina foi reajustado em R$ 0,16 (6,3%) e do diesel em R$ 0,10 (3,7%) por litro. Com isso o preço nas refinarias sobe para R$ 2,69 e R$ 2,81, respectivamente.

Enquanto isso, o preço médio de venda do gás de cozinha acumula alta de 38%, apenas neste ano, e sofrerá reajuste de 5,9%, ou R$ 0,20 o quilo, para R$ 3,60 o quilo para as distribuidoras. Assim, um botijão de 13 quilos passará a custar R$ 46,68 para as revendas.

Os petroleiros também criticaram o novo aumento no preço dos combustíveis, que denunciam que os reajustes refletem a decisão do governo Bolsonaro e da direção da estatal de parear os preços no país com o mercado internacional, agora em alta.

Para o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, esse aumento veio da pressão de importadores de combustíveis e de investidores do mercado financeiro.

“O novo aumento nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha nas refinarias anunciado hoje pela Petrobras é mais uma clara demonstração da equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pelo governo Bolsonaro contra a população brasileira e que penaliza sobretudo os mais pobres”, disse o sindicalista.

Os aumentos nos preços devem ter um importante impacto na inflação que já acumula, nos últimos 12 meses, uma alta de 8,06%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Junto com a elevação das tarifas de energia elétrica e dos itens da cesta básica, achatam ainda mais a renda do trabalhador.

“Em sete meses, o aumento do gás de cozinha já é quase cinco vezes a inflação de um período de um ano”, disse Bacelar.