Caminhoneiros protestam contra política de preços dos combustíveis
Caminhoneiros autônomos iniciaram neste domingo paralisações e protestos contra a política de preços dos combustíveis implementada pelo governo Bolsonaro, baseada na paridade internacional que já impôs oito aumentos consecutivos desde o início do ano.
De acordo com o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), há adesão de condutores em diversos estados. Pela manhã desta segunda-feira, caminhoneiros do Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Ceará estenderam faixas em atos próximos à rodovia Presidente Dutra. Em São Paulo, foram registrados atos no Porto de Santos, em São José dos Campos e em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Houve protestos também em Minas Gerais, na Paraíba e na Bahia.
De acordo com Carlos Alberto Litti Dahmer, secretário nacional de Políticas Sociais e Acessibilidade da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga) de Ijuí-RS, “estamos nessa luta em defesa do Piso Mínimo de Frete, preço justo do Diesel e pela aposentadoria especial com 25 anos de contribuição. Precisamos dar um basta aos preços do Diesel”, afirmou, ressaltando que na região de Ijuí, “só estão circulando os caminhões das empresas”.
“É necessário rever essa política. Em 2018 o Brasil parou porque o diesel estava em R$2,93 por litro. Hoje, o diesel é no mínimo R$4,30 por litro e os fretes pagos pelo transporte de cargas são os mesmos de 2018: 60% do valor do frete é gasto com combustível”, defendeu Litti.
Nos protestos, faixas continham frases como “Estamos no limite”, pedidos de preço justo do diesel e lembretes ao cumprimento da lei 13.703/2018, que institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Em Brejo Santo (CE), caminhoneiros colocaram pneus na estrada para sinalizar a parada.
Em Salvador, a BR 324 ficou paralisada na madrugada desta segunda. No Rio Grande do Norte, em vídeos divulgados na internet, caminhoneiros afirmam que “essa política traz carga excessiva. A gente pede a derrubada disso, não tem condições de ficar com essa política. A gente pede socorro aos nossos governantes”. “Se tiver que parar, nós vamos parar. A gente está defendendo uma categoria que está sucateada”, completou.
No Espírito Santo, caminhoneiros fecharam uma das pistas da BR-101, na altura do km 308, em Viana. O movimento conversava com caminhoneiros que passavam pelo local a fim de mobilizá-los para a paralisação.
Além da revisão da política de preços dos combustíveis, a categoria reivindica ainda maior fiscalização nas estradas para cumprimento do piso mínimo de frete e a aposentadoria especial para os motoristas a partir de 25 anos de trabalho, pelo caráter insalubre de sua atividade profissional.