A Caixa Econômica Federal (CEF) entrou na Justiça com pedido para que seja decretada a falência da empreiteira do conglomerado Odebrecht. Em junho deste, a empresa entrou em recuperação judicial, aprovado pela Justiça.
A atividade monopolista da Odebrecht garantiu lucros astronômicos a seus donos sem que o conglomerado cumprisse adequadamente com suas obrigações. Muito pelo contrário. Além de assaltar os cofres públicos através dos superfaturamentos e aditivos infindáveis do “Cartel do Bilhão”, chefiado pela Odebrecht, em contratos com a Petrobrás e outras estatais, o grupo recebeu benesses de bancos públicos, não concluiu boa parte das obras contratadas e, agora, se recusa a pagar suas dívidas.
A dívida da holding do grupo e mais 20 empresas totalizam cerca de R$ 98 bilhões. Desse total, só R$ 65,5 bilhões podem ser cobrados, uma vez que os outros R$ 33 bilhões são empréstimos trocados entre as companhias levadas para recuperação judicial.
A Caixa protocolou documento na 1ª Vara de Falências de São Paulo, afirmando que, no prazo de 60 dias, as empresas recuperandas “foram incapazes de evoluir minimamente em negociações com seus credores até mesmo para propor uma forma de pagamento básica”.
A Caixa pede também a convocação de assembléia de credores para deliberar sobre o plano de recuperação judicial e a substituição da atual administração.
O plano de recuperação da Odebrecht também foi questionado pelo Banco do Brasil.
Só para os bancos públicos a Odebrecht deve R$ 22,8 bilhões:
BNDES – R$ 10 bilhões;
Banco do Brasil – R$ 7,8 bilhões;
Caixa Econômica Federal – R$ 5 bilhões.
Os bancos privados têm R$ 8,4 bilhões a receber da Odebrecht.
Pelos valores envolvidos dá para ver como monopólios privados se utilizam do dinheiro público para multiplicar seus negócios e, obviamente, turbinar os seus lucros. Casos assim, em que o país é assaltado desavergonhadamente por empresas monopolistas e cartéis, só reforçam o que disse, certa vez, o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt: “onde houver concorrência, fica como está, onde domina o monopólio, o Estado tem que intervir”.