Na manhã desta quinta-feira (17), o Instituto Butantan enviou 10 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Butantan e da Sinovac, para o centro de distribuição do Ministério da Saúde, no aeroporto de Guarulhos, na grande São Paulo. O lote é destinado à vacinação da população de 6 a 17 anos em todo o Brasil.

O governo federal priorizou a compra de doses da Pfizer para a vacinação das crianças e ignorou a oferta de 30 milhões de doses da CoronaVac. O atraso causou enorme prejuízo à imunização das crianças brasileiras. Menos de 30% das crianças brasileiras foram vacinadas, principalmente pela falta de imunizantes.

O Ministério da Saúde só assinou o contrato para a aquisição da CoronaVac quase um mês depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovar o uso da vacina em crianças de 6 a 17 anos. O contrato foi fechado em R$ 364 milhões. A dispensa de licitação havia sido publicada mais cedo no DOU (Diário Oficial da União).

“Nós entregaremos a totalidade de 10 milhões de doses que já saem amanhã para os depósitos do Ministério da Saúde. O contrato foi assinado e, portanto, a liberação será imediata”, explicou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

O superintendente da Fundação Butantan, Reinaldo Sato, disse que a entrega é um passo importante para a continuidade da imunização das crianças e adolescentes contra Covid-19 no país e afirmou que o instituto ofereceu mais 20 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal para vacinar todas as crianças que necessitarem.

“Essa entrega representa uma vitória para o Instituo Butantan porque vai permitir a vacinação de crianças e adolescentes, e isso é muito importante para o futuro do Brasil, principalmente agora que as aulas presenciais começaram”, afirmou Sato.

Além de Sato, estiveram presentes Raul Machado Neto, diretor de estratégia institucional, e Gilberto Guedes de Pádua, assessor da diretoria.

VACINA CONTRA A ÔMICRON

Segundo Dimas Covas, o laboratório Sinovac já está se preparando para desenvolver uma vacina específica contra a variante ômicron. Os estudos clínicos, de acordo com ele, já se iniciam neste mês de fevereiro em Hong Kong.

“Na semana passada, a nossa parceira Sinovac anunciou o desenvolvimento da vacina específica para a variante Ômicron, e essa vacina deve entrar em estudo clínico ainda neste mês. O estudo clínico deve se iniciar em Hong Kong, na China. E nós estamos nos preparando para fazer um braço desse estudo no Brasil”, disse.