Butantan entrega mais 4 milhões de doses da CoronaVac à Saúde
Na manhã desta segunda-feira (23), mais 4 milhões de doses da vacina do Butantan contra a Covid-19 foram entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Com o novo lote, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan chegam à marca de 78,8 milhões de imunizantes fornecidos ao Ministério da Saúde para a vacinação de brasileiros.’
O total de liberações já feitas representa 78% das 100 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde para a vacinação de brasileiros em todo país.
“Até 31 de agosto, concluiremos a totalidade das 100 milhões de doses da vacina do Butantan para o Programa Nacional de Imunizações, antecipando em 30 dias a data limite para a entrega das vacinas. A partir do dia 1º de setembro, nós atenderemos governadores e prefeitos que solicitaram a Coronavac para a complementação dos seus programas vacinais”, disse o governador João Doria.
A entrega de hoje faz parte da leva de vacinas fabricadas com o lote de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) entregue pela farmacêutica chinesa Sinovac ao Butantan no dia 13 de julho. Na ocasião, chegou ao instituto um total de 12 mil litros da matéria-prima usada para a fabricação dos imunizantes.
A matéria-prima foi envasada no complexo fabril do instituto, na zona oeste da cidade de São Paulo, e passou por etapas como embalagem, rotulagem e controle de qualidade das doses.
Acompanharam a saída dos lotes da fábrica do Butantan o governador de São Paulo, João Doria, o secretário de saúde do estado, Jean Gorinchteyn, a coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, Regiane Cardoso de Paula, o presidente da Fundação Butantan, Rui Curi, e o superintendente do Butantan, Reinaldo Noboru Sato.
As vacinas liberadas nesta manhã fazem parte do segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, com 54 milhões de doses. O primeiro, de 46 milhões, foi concluído em 12 de maio.
As entregas foram iniciadas em 17 de janeiro deste ano, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A previsão é que todos os imunizantes encomendados pelo governo federal sejam entregues 30 dias antes do prazo contratual, que era no final de setembro.
“Temos toda a CoronaVac, uma parte em produção e outra parte já pronta, para ser entregue até o final do mês ao Ministério da Saúde”, assinalou Reinaldo.
Na coletiva realizada após a saída das doses, Jean Gorinchteyn comentou sobre o pedido feito à Anvisa de alteração na bula da CoronaVac para permitir que a vacina seja administrada no público de três a 17 anos. De acordo com o secretário de saúde, o Butantan trabalha para cumprir as solicitações feitas pelo órgão regulador a fim de conceder a autorização.
Bolsonaro faz novos ataques contra o imunizante
Durante entrevista a uma rádio do interior de São Paulo, Bolsonaro voltou a dizer que vacinas “não têm comprovação científica 100%, ou 99%, apontando que ela dá resultado”. Bolsonaro diz não ter se vacinado contra a Covid-19, mas decretou sigilo sob sua carteira de vacinação.
Ele também atacou a CoronaVac, contestando a eficácia do imunizante que é autorizado pela Anvisa. Segundo ele, pessoas que foram imunizadas com as duas doses do imunizante continuam morrendo pela doença. “Obviamente, a gente pede a Deus e torce pela efetividade das vacinas. Se bem que algumas vacinas não estão dando certo. Tem uma chinesa, tem gente que tomou a segunda dose e está se infectado, está morrendo e não é pouca gente, não. A gente espera que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o próprio (Instituto) Butantã de uma resposta que a população tem o direito a saber a real efetividade da vacina que está tomando”, alegou. O próprio presidente ainda não se vacinou, apesar de já estar incluído há meses pelo grupo de idade.
A CoronaVac apresenta eficácia geral de 50,38% para prevenir casos da COVID-19. Um estudo de efetividade conduzido pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, vacinou cerca de 75% da população adulta e observou quedas de 80% nos casos sintomáticos da doença e de 86%, nas internações, além da redução de mortes em 95%.