Enfermeira Monica Calanzans, primeira pessoa vacinada no Brasil, recebe a dose de reforço da CoronaVac

O Instituto Butantan contestou o Ministério da Saúde sobre a declaração dada à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado Federal, de que a CoronaVac possui baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos e por isso, a compra pelo governo federal de doses do imunizante, em 2022, seria descontinuada.

“A informação é equivocada, já que todas as pessoas idosas têm resposta imune inferior a outras faixas etárias, o que ocorre com todos os imunizante”, afirmou o Butantan.

O Instituto citou pesquisa realizada com 60,5 milhões de brasileiros vacinados entre janeiro e junho de 2021, que aponta efetividade superior a 70% para evitar casos graves, internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e mortes causadas pela doença, inclusive entre idosos.

O estudo em questão ressalta que a efetividade da vacina foi de 84,2% contra hospitalizações de pessoas entre 60 e 89 anos, 80,8% contra internações em UTI e 76,5% contra mortes nesse público.

O Butantan também afirma que já enviou um estudo com parte dos dados de imunogenicidade da CoronaVac requisitados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que a vacina receba autorização de uso definitivo. Segundo o Instituto, a agência solicitou alterações nos procedimentos.

Na CPI, em nome do Ministério da Saúde, Danilo de Souza Vasconcelos, diretor de Programa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, e Rosana Leite de Melo, secretária do mesmo setor afirmaram que “a razão sobre a possível descontinuidade da vacina Coronavac no ano de 2022 está diretamente relacionada com condição de sua avaliação pela Anvisa”, informaram os servidores à CPI.

“Até o presente momento a autorização (da CoronaVac) é temporária de uso emergencial, que foi concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional”, justificaram o diretor e a secretária.

Nesta semana, após retornar de Nova York, Queiroga afirmou que o governo só irá considerar a possibilidade de inclusão da vacina no Plano Nacional de Imunizações se ela obtiver o registro definitivo. “Uma vez a Anvisa concedendo o registro definitivo, o Ministério da Saúde considera essa ou qualquer outra vacina para fazer parte do PNI”, disse Queiroga.