O pré-candidato pelo PCdoB à prefeitura do Rio de Janeiro, Brizola Neto, participou na tarde desta terça-feira (2) de transmissão ao vivo, pela internet, realizada pelo jornal O Dia. Na entrevista, ele reafirmou a intenção de recriar os Cieps, projeto de educação integral criado por seu avô, governador do Estado do Rio nos anos 1980 e 1990.

“Os Cieps foram o programa de educação mais generoso do Brasil. Com ele, o aluno tem vontade de ir para a escola”, declarou, acrescentando que trabalhará para melhorar a situação de profissionais da Educação, com um plano de cargos e salários que estimule a contratação por 40 horas.

Na opinião do pré-candidato do PCdoB, o Rio de Janeiro precisa de um plano emergencial para retomar o crescimento econômico. Um dos pontos principais seria o investimento em obras públicas. Entre as obras prioritárias, citou o BRT na Avenida Brasil, que precisa ser concluído, obras em escolas que estão em situação precária e a urbanização das favelas.

“O Rio tem profundas desigualdades. É preciso retomar o crescimento, gerar empregos, aumentar a arrecadação. E, assim, recuperar a rede de proteção social, a saúde e a educação, principalmente. E o investimento do Estado na economia, a intervenção na economia, é fundamental”, destacou.

Brizola Neto foi extremamente crítico a atuação das Organizações Sociais (OSs) na área da saúde:

“As OSs são um modelo que não deu certo. Enquanto a situação fiscal do município estava bem, funcionou, mas com a queda na arrecadação, começaram os adiamentos de pagamento e a paralisação de atendimentos. A saúde precisa ter um caráter público”, comentou.

Ele defendeu, ainda dentro da política de geração de empregos, a criação de um complexo industrial de saúde, citando entidades já existentes no Rio como a Fiocruz e a UFRJ.

Brizola Neto criticou o prefeito Marcelo Crivella pela decisão de reabrir parte do comércio em um momento no qual a pandemia do covid-19 ainda não atingiu o seu pico.

“É uma tragédia”, afirmou, referindo-se ainda a submissão de Crivella ao presidente Bolsonaro [um dos defensores da reabertura do comércio no país].

Uma das perguntas enviadas por leitores questionava a responsabilidade de seu avô pela favelização da cidade. Brizola Neto defendeu o legado de Leonel Brizola:

“É uma injustiça com Brizola. Uma campanha forte negativa foi feita contra um governo voltado para a inclusão social. As favelas já estavam aqui muito antes de Brizola governar. O que ele fez foi acabar com a política de remoções para lugares distantes. Ele urbanizou, levou luz, água, escolas. Ele exigiu [da polícia] a mesma inviolabilidade do lar que a casa do rico tinha e que a casa dos moradores pobres também devia ter. Exigiu mandado de segurança para se entrar nas casas. Ele não admitia que a questão social fosse tratada como caso de polícia.”

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