No bombardeio, um hospital apoiado pelo Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi destruído

O Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos (Centcom) anunciou que realizou um bombardeio na província síria de Idlib, no norte do país, matando mais de 40 pessoas que, segundo eles, seriam todos integrantes do Hurrath al Din (Guardiões da Religião) e de outras facções armadas que fazem parte de hostes terroristas.

Sob este pretexto, Washington perpetra mais uma ação intervencionista na Síria, uma vez que o governo sírio tem insistido em que o Pentágono infringe as leis internacionais e a soberania do país árabe no qual sua ação foi determinante para a conflagração que teve início em 2015 e está em vias de ser totalmente debelada.

Essa intervenção ocorreu no primeiro dia de trégua no avanço realizado pelas forças armadas nacionais sírias, com apoio da Rússia, sobre os bandos terroristas expulsos das demais províncias e que têm em Idlib, a noroeste do país, seu reduto restante.

Chamando a atenção para a violação, o Ministério de Defesa da Rússia denunciou que EUA atacou a zona de Idlib sem ter informado com anterioridade à parte russa ou à turca, violando assim até mesmo acordos assinados pelos Estados Unidos sobre a Síria. Denunciou que o ataque aéreo sobre Idlib, contrariamente ao que declararam os norte-americanos, deixou vítimas civis e causou a destruição da região.

“Contam-se numerosas vítimas e danos nas áreas povoadas afetadas pelo ataque norte-americano”, sublinhou o Centro Russo para a Reconciliação das partes beligerantes, segundo a agência russa TASS, registrando que o bombardeio foi feito cerca de nove horas depois que o Exército da Síria havia declarado uma suspensão unilateral das ações armadas em toda a região.

“Com sua ação, os EUA puseram em perigo a continuidade do armistício na zona de Idlib e o malogrou em algumas áreas”, ressaltou o Centro.

Apesar do ataque, “as tropas sírias atualmente mantêm uma moratória sobre as hostilidades em função de conseguir uma solução pacífica da situação o antes possível”, indicou o órgão russo.

Ao mesmo tempo em que a Síria declarou o cessar-fogo, orientou os integrantes dos bandos transgressores a deporem as armas devolvendo a província ao comando do governo.

Vale ressaltar que uma das principais cidades de Idlib, Khan Sheikhun, foi liberada há poucos dias. Essa cidade foi palco de um falso ataque químico, encenado pelos Capacetes Brancos que, sob o disfarce de grupo de resgate humanitário, encena ações de bandeira trocada na tentativa de culpar o governo sírio por atacar seu próprio povo com armas proibidas pelas Convenções de Genebra. O governo sírio comprovou com fotos e depoimentos de moradores da região a falsidade da ação usada pelos Estados Unidos para desqualificar a legalidade da ação militar governamental síria no combate ao flagelo do terrorismo.

Missão enviada pela ONU também descartou a versão dos Capacetes Brancos.

O Pentágono confirmou a agressão pouco depois de divulgada pela imprensa síria, alegando que foi dirigida “contra os líderes de [Al Qaeda na Síria] responsáveis de ataques que ameaçam cidadãos estadunidenses, aos sócios [dos EUA] e a civis inocentes”.

Não esclarece, claro, o que tais “cidadãos estadunidenses” estariam fazendo em Idlib.